Capítulo 10

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— Quero que vocês escrevam para suas respectivas famílias — falou, Clarissa.

Estávamos em uma sala com vários sofás e belos tapetes, Marcta tinha comentado que aqui era uma das salas de chá da rainha.

— Porque? — perguntou, Pietra. — Já não estão recebendo notícias o suficiente por jornais? Tenho certeza que "a vulgar princesa de Cychod e o reino prestes a entrar em colapso, apostam em roupas indecentes para conquistar o segundo príncipe" foi bastante esclarecedor sobre meu bem estar.

Clarissa suspirou.

— Sentimos muito sobre esse pequeno desagradável comentário do jornal. Já os alertamos que não vamos tolerar mais noticias que as ofendam.

— Pequeno comentário? — Kenya falou e seu tom sombrio me assustou. Não pensei que ela poderia usar esse tom com alguém. — Foram duas paginas inteiras sobre como Pietra usava o corpo para chamar atenção e em como suas criações eram vulgares.

— Tenho certeza que o príncipe esta fazendo o possível para remediar a situação — disse Yanna e dois pares de olhos raivosos se viraram para ela, que se encolheu.

— O príncipe está mais preocupado em ser rei. Porque acha que fizeram uma nova competição?

Yanna ficou vermelha com as palavras de Kenya. Vi Imyir escondendo um sorriso divertida com a situação.

Então não era somente eu que achava estranho uma nova competição. Possivelmente todas pensavam assim e pelo visto ninguém sabia o do porque.

Sua ideia de que era para fazer Edward rei, era uma possibilidade.

— Basta! — falou Clarissa e todas se calaram. — A próxima que ousar fazer suposições da ação do reino será expulsa, ou pior. Escrevam as cartas e voltem para seus quartos.

E saiu deixando todas boquiabertas.

Imyir se levantou do sofá e seguiu para a porta.

— Para onde você vai? — perguntou, Kenya.

— Isso tudo é tão entediante. Vou escrever para meus pais somente quando eu anunciar que vou casar com o príncipe — e se foi fazendo barulho ao fechar a porta.

— Bom, me de essa pena eu tenho muito o que contar ao Magnus e Mikel — disse Marcta fazendo com que todas pagassem os papéis, tinteiro e penas que estavam sobre uma grande mesa de vidro.

Peguei uma folha e a encarei.

Para quem diabos eu deveria escrever?

Observei Marcta e a vi pegando outra folha, ela começou a escrever de uma forma romântica demão para ser remetida aos irmãos.

— São para seus irmãos? — perguntei, incerta.

Ela se surpreendeu e virou a folha ao assentir.

— Odeio ficar longe deles — parecia uma mentira. Mas não iria interroga-la, não era problema meu, não achava que uma carta de amor para alguém seria um plano para conquistar Mountsin. — Você tem irmãos?

Lembrei de Mathias e mal pisquei ao dizer:

— Não.

— Então escreverá para seus pais?

Meu sangue gelou e fingi um sorriso.

— Sim. Acho melhor escrever no meu quarto, assim consigo organizar meus pensamentos. Vou ter que encontrar palavras que possam substituir maravilhoso e incrível ao descrever o castelo.

Princesa de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora