Lágrimas e sangue

3.4K 231 277
                                    


- Existem tantas coisas que ainda não compreendo – praguejava em mais um dia do nascer ao sol

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.




- Existem tantas coisas que ainda não compreendo – praguejava em mais um dia do nascer ao sol.

Sakura estava sentada ao meu lado e o mestre adormecido em seu colo.

- Como o que? – ela me questiona.

- Porque o céu é dessa cor? Porque a lua desaparece durante o dia? O que causa a chuva? Porque existe animais que vivem sozinhos? Porque os peixes saltam desesperados dentro do rio numa tempestade? Porque o mar sopra ventos ainda mais fortes em determinada época do ano? Porque o papai Noel nunca mais veio nos visitar? Porque agora tenho tantos cabelos em meu corpo? Eu gostaria que aparecesse ali – aponto - Em uma dessas ondas do mar um livro enorme com todas as respostas do mundo, eu leria até saber de tudo, tudo até saciar todas as minhas perguntas.

- Mas Sasuke você não pode saber tudo, somente o papai do céu sabe de tudo.

- Papai do céu? Ele sequer sabe onde estamos e também se esqueceu de nós.

Vejo Sakura balançar a cabeça em discordância e se levantar da areia colocando o coelhinho em minhas mãos.

- Não fale assim, papai do céu está sim olhando por nós - ela balbucia retirando a terra de suas pernas - Vou esquentar água e arrumar a casinha para fazer nossa comida.

Acaricia o mestre em meu colo e começa a caminhar se distanciando de nós.

- Se ele está olhando por nós então porque lhe fez assim, Sakura, tão distante. Porque nos fez tão diferentes? – essas eram as minhas maiores duvidas.

O mestre se agita um pouco entre seu sono, o acaricio levemente.

Seu ferimento na barriga estava praticamente cicatrizado e por mais esplêndido que fosse o vê-lo se recuperar tão rápido, não deixava-me de espantar com a força de nosso coelhinho.

Ele era tão forte e resistente que sentia que sua vida estava conectada conosco.

Sorrio em um simples gesto e também me levanto passando mais tempo que o necessário observando o mar ainda de pé.

Ele me acalmava, mas me lembrava do quanto éramos pequenos comparados a tudo.

Abaixo-me rapidamente e pego um pouco de areia, a deixo cair de minhas mãos em um toque coordenado.

- Somos como a terra, mestre, pequenos e tão insignificantes que nada faz sentido se realmente não estivermos todos conectados.

Sei que ninguém jamais irá me responder, mas qual o tamanho e valor da duvida que terei amanhã? O que é tão importante assim? Será que somos realmente importantes para essa conexão? Será que a mãe terra realmente precisa de nós?

- Mas não me importa, eu quero ser sua parte mãe, eu quero eu terei se não aqui em outro lugar que ainda não sei – lágrimas descem de meus olhos com minha fala e o mar se agita em sua maior força para tentar me responder.

Blue LaggonOnde histórias criam vida. Descubra agora