Estas conchas

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Sinto o vento do mar soprar em meu rosto, fecho os olhos para senti-lo tocar minha pele, me questiono;

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Sinto o vento do mar soprar em meu rosto, fecho os olhos para senti-lo tocar minha pele, me questiono;

Seria este vento invisível a mão de Deus? Acho que não.

Todas as grandes mudanças na minha vida foram precedidas por um vento vindo não sei de onde.

Seria o vento o destino?

O vai e vem das ondas do mar nos trazem muitas conchas.

Sasuke e eu andávamos de mãos dadas aproveitando alguns resquícios da madrugada, o amanhecer surgia timidamente no céu, e nós, adorávamos acordar antes mesmo dele surgir para aproveitarmos catando muitas delas.

Algumas conchas atiradas na areia nos conquistavam por sua beleza e outras nos ofuscavam os olhos, fazendo com que interrompêssemos nossa caminhada para agacharmos, apreciarmos.

E, quando nos conquistavam assim, guardávamos para levar conosco, tínhamos em nossa cabana um lugar especial esperando por elas.

- Essa é tão linda! Nunca tinha visto um verde nesse tom brilhante, me lembra seus olhos Sakura – Sasuke admira enquanto me mostrava àquela singular concha sortida entre várias outras na areia.

Ele sorri entre sua fala, eu lhe retribuo tentando traduzir as mensagens que pairam no ar.

Separamos todas entre fileiras, e nos libertamos ao cenário.

O oceano era um espelho fulgente, que sempre nos fortalecia na imensidão hás-de amar, Sasuke corre em direção as ondas, me chamando com aquele sorriso encantador, aquele em que conhecia há tanto tempo.

...o mesmo de quando ainda éramos crianças.

E eu corro, corro como nunca em minha própria imagem porque não sentia mais os gritos doloridos do abandono, nem as queixas das luzes apagadas. Amanhecia e minha esperança se renovava de me sentir viva ao lado daquele que era minha outra metade.

Esse era o único horário em que Sasuke e eu esquecíamos nossas diferenças, nossas brigas e gloriávamos o nascer do sol abraçados dentro das místicas e enigmáticas águas salgadas oferecidas pela mãe terra. Por isso sempre o repreendia quando acordava antes do amanhecer, pois essa passagem era essencial para nós.

Era meu encontro com ele e seu encontro comigo.

...o encontro do mar com as luzes do céu.

Uma gaivota passa rasgando por nossas cabeças nos deixando uma mensagem simples e singela;

Podíamos nos afundir para sempre, aconchegados no calor do abraço um do outro.

E éramos exatamente isso nesse momento, uma só pessoa.

Assim o corpo dele permeava os meus sentidos, e com a doçura dos teus lábios estava presa a minha alma.

No paraíso encontrávamos o amor.

Blue LaggonOnde histórias criam vida. Descubra agora