A luz de um pequeno coelho

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- MAMÃE, mãe? – gritava chamando por ela exatamente no local onde a tinha visto se afundar

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- MAMÃE, mãe? – gritava chamando por ela exatamente no local onde a tinha visto se afundar.

Mergulhei e senti medo ao olhar por debaixo d'água, estava tudo escuro, tão escuro que ao tentar nadar de volta perdi o fôlego já em pânico.

Quando consegui colocar minha cabeça na superfície e soprar um pouco do ar a procura dos outros, não enxerguei ninguém, apenas destroços, pedaços de metal boiavam. Um barulho horrendo do impacto do avião em chamas se afundou na água, agarrei a primeira coisa que vi na minha frente e subi encima dela como mamãe tinha me colocado junto com meu irmãozinho e Sakura. Fiquei a noite toda gritando por eles, estava com medo de tê-los perdido, sabia que Sasuke não nadava bem, pois uma vez quase se afogou enquanto brincávamos na piscina de casa.

Chorei quando vi o sol aparecer no céu e nem meu irmão, nem meus pais surgirem para dar um sinal de vida.

Minhas mãos sangravam por um corte que sofri ao segurar o metal com muita força quando as ondas da chuva me empurraram com violência. Estava com medo de não conseguir nadar por estar em desespero, e por mamãe não ter voltado até aquele momento de dentro do mar.

Será que ela se afogou? Não! Mamãe nadava muito bem, disso eu tinha certeza.

Será que ela se machucou muito quando pulamos do avião?

Vi no olhar dela dor quando nos colocou no escombro. Se mamãe estava machucada e meu irmão perdido com a Sakura em algum lugar por aqui, eu teria que salva-los porque sem o papai era o homem mais velho da casa.

Papai se machucou, isso eu tinha certeza. Depois de tentar amarrar algo em nós cheguei a ver uma parte do avião atingir sua cabeça, mas ainda tinha esperanças dele estar somente machucado, porém vivo e também perdido como todos dentro do oceano.

Fiquei gritando sozinho até a grossa chuva parar, e a sede me desgastar. Não tinha mais voz tamanha à necessidade por água, dormi não sei por quanto tempo quando escutei um barulho alto de alguma coisa próxima.

Morri de medo de abrir os olhos e ser uma grande baleia tentando me engolir. Crispei os olhos rezando para não me machucarem, um som alto me fez abri-los de uma vez tremendo de medo;

- ACHAMOS UM SOBREVIVENTE, TEMOS UMA CRIANÇA AQUI, JOGUEM AS BOIAS, JOGUEM – uma voz soava autoritária em um tom desesperado.

Era um pequeno navio, mas não foi a análise que tive na época.

Para uma criança de onze anos como eu, era um navio gigantesco e aterrorizante, não tive coragem de agarrar as cordas que eles jogavam pra mim ao analisá-lo tão de perto. Então, veio um bote e me resgatou levando-me até lá encima contra minha vontade.

Me cobriram com um grosso cobertor, estancaram o sangue do machucado de minha mão, me deram água e chocolate quente. Fiquei me perguntando como eles tinham chocolate em meio ao mar. Eram pessoas desconhecidas, todavia, para mim. Na verdade era um mistura, pessoas contratadas para esse tipo de resgate, e pessoas da família de Sakura que moravam próximo.

Blue LaggonOnde histórias criam vida. Descubra agora