Capítulo 2 - Sexta-Feira

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- Eu Quero Estar Aonde os Garotos Estão

- Eu juro que não sei o que passa na cabeça dos jovens de hoje em dia. Nós sofremos as dores do parto para trazer eles ao mundo - tia Mikoto gesticulava as mãos, visivelmente aborrecida -, passamos a nossa vida toda cuidando, educando e alertando para não fazer nada de errado para depois eles racharem a nossa cara ao meio. Eu me senti humilhada por ser chamada na escola e ouvir o diretor dizer que o meu filho passou da linha que ultrapassa dele ser um peste.

- Concordo plenamente, Mikoto. Também me senti mal com o olhar questionador daquele diretor como se eu fosse uma péssima mãe. - Madrinha Kushina também gesticulava as mãos e falava alto, chamando a atenção de algumas pessoas que passavam por nós. - Eu sei que eu não sou uma péssima mãe, o Naruto que está passando de todos os limites. E o pior, é que eu tenho que ser o pai e a mãe, por que o Minato deixa as responsabilidades desse moleque nas minhas costas.

- Ué, Kushina, exija que ele faça o trabalho dele de pai, é o mínimo que ele pode fazer.

- Ah minha amiga, o pior é que se eu deixar as responsabilidades nas mãos do Minato, ele vai passar a mão na cabeça do Naruto e não vai resolver nada. Minato é muito frouxo, ele não tem pulso firme. - Tia Kushina mostrou o punho.

- Ainda bem que lá em casa o Fugaku tem pulso firme, eu jogo tudo nas mãos dele. Não tenho mais paciência para lidar com as confusões que o Sasuke se mete, é uma atrás da outra. Não sei quem esse menino puxou.

- Vocês duas estão reclamando de barriga cheia. - Minha mãe havia se pronunciado para fechar o pacote. - Pelo menos as duas tem um marido que possa dividir os problemas. Pior é eu que tenho que cuidar da educação da Sakura sozinha, e ainda lidar com a reputação manchada dela pela vizinhança. Essa menina dá o triplo de trabalho do que o de vocês dão.

- Ei, eu estou ouvindo isso, mãe! - Eu disse, sentindo-me ofendida. Desde quando eu dou trabalho? Sou completamente um anjinho.

Minha mãe virou sua cabeça para trás e me fitou com os lábios crispados e o cenho franzido, ela estava irritada.

- Você fique calada, por que quando chegarmos em casa iremos ter uma conversa bem séria.

Se eu fiquei calada? Claro que sim. Eu sabia quando era hora de parar com as brincadeiras e quando eu estava realmente encrencada. Aquele olhar matador que a minha mãe lançava para mim já dizia tudo.

Ela iria arrancar o meu fígado, rins, e bofe, tudo de uma vez. Mas primeiro vamos rebobinar a fita e recapitular a situação...

Depois que o diretor safado - vulgo Jiraya - chegou na sala de detenção com a coordenadora mongoloide ao seu lado, eu e os meninos fomos direto para a diretoria. Até aí normal, fazia parte da rotina. O que era para ser só uma bronca daquelas que entra pelo ouvido e sai pelo outro que eu já sei de có, ou uma outra advertência, ou até mesmo uma suspensão - essa última não seria uma má ideia -, nós fomos pegos de surpresa quando ele ligou para as nossas mães.

E a pergunta é: poderia a situação ter ficado pior? Claro que ficou pior. Minha mãe estava numa reunião da Avon e largou tudo para resolver os problemas que sua filhinha querida - vulgo eu - causou pela escola com os seus coleguinhas. Não era preciso nem citar a cara de demônia que ela estava, porque pelo que eu saiba, aquela reunião da Avon era superimportante.

Mas também eu não era a única que estava em maus lençóis. Sasuke e Naruto também se ferraram, pois, tia Mikoto e a madrinha Kushina entraram na sala do diretor fazendo o maior barraco, e só não chamou seus filhos de santo, pois a quantidade de nomes que elas chamaram com eles dava para fazer um dicionário.

Bad ReputationOnde histórias criam vida. Descubra agora