Capítulo 12 - Ciúmes

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- Garota Irresistível

A parte boa de ter um pai ausente quase todo o tempo em sua vida, era que ele não tinha ideia dos meus truques de escapulir as escondidas. E posso dizer que ele caiu direitinho no velho truque de que estava indo para cama cedo dormir.

Sasuke foi embora não havia nem dez minutos, e me esperaria na esquina enquanto eu tinha a missão de burlar o coroa e dá o pé daquela mansão idiota. E depois de colocar meu celular no cós da calça e pegar um pouco de dinheiro que o velho havia me dado mais cedo para comprar algo, eu saí do quarto sem fazer barulho.

Os corredores estavam vazios e desci as escadas quase na ponta dos pés olhando para os lados, fiscalizando se havia algum dos empregados, mas para a minha sorte não havia ninguém.

Eu podia ouvir a voz de meu pai e da minha madrasta, eles estavam em algum canto daquela casa, e foi inevitável a surpresa quando o meu nome ter saído da boca da destruidora de lares. E mesmo que a curiosidade estivesse me matando naquele momento para saber o que aquela bruxa estava falando de mim, eu optei por sair pela porta da frente de fininho.

Me esgueirei na escuridão do quintal enorme para não ser vista pelas sentinelas que estavam de prontidão no portão da frente. Caminhei para os fundos da casa, observando o muro alto, tentando achar uma brecha ou algo que eu pudesse usar como base para poder pular. E para o meu azar, não havia nada.

O quintal era totalmente arquitetado com arbustos, bancos em madeira, piscina, árvores plantadas em pontos estratégicos, jardins... essas coisas. Não havia nada para que eu pudesse puxar ou empilhar para subir aquele muro.

Parei por alguns segundos avaliando aquele muro, observando o embolso liso e pintado, procurando alguma falha que pudesse enfiar o pé, algo assim, mas estava tudo liso e aprumado, digno de uma casa de rico.

Droga.

Eu poderia decretar fim da linha diante daquele obstáculo, me dar por vencida e voltar para o meu quarto, mas como eu sou dessas, a palavra impossível não existia para mim.

Eu olhei para os lados novamente para ver se encontrava algum segurança a volta, mas tudo estava quieto. Voltei minha atenção ao muro e calculei o tamanho, uns dois metros e meios mais ou menos, não sei. O fato era que já havia visto os meninos pulando o muro dos fundos do colégio várias vezes para ter alguma noção do que fazer.

Primeiro eu dei uma boa distância, e em seguida respirei fundo e corri em direção ao muro, tomando impulso para o meu pé na parede, jogando meu corpo para cima para receber o segundo pé a frente do outro e assim meu corpo subiu mais. Os meus dedos agarraram as bordas, primeiro uma mão e depois a outra. E, puta que pariu, minhas mãos tremiam sem forças para aguentar meu corpo que estava pendurado e que me puxava para baixo. Mas eu tinha que aguentar e jogar mais força para os meus braços magricelos. Subi mais meu corpo, conseguindo colocar o braço na borda e depois o outro, e assim ficou mais fácil de puxar o resto do meu corpo e me sentar na borda daquele muro, ofegante, sentindo meus braços doloridos e minhas mãos pinicando.

Consegui concluir a primeira parte e foi inevitável não sorrir com aquela façanha. Eu consegui subir um muro com o dobro do meu tamanho, sozinha. Lá de cima olhei para aonde eu estava antes e depois o outro lado da rua, seria uma bela descida, mas vamos lá.

Quando estava me preparando para descer, algo me chamou atenção. Uma câmera pendurada próximo de uma árvore, com a lente focada para mim. Era óbvio que além de seguranças no portão, deveriam ter câmeras espalhadas pelo quintal. Apenas sorri e estendi o meu dedo do meio para câmera antes de meu corpo sumir do outro lado daquele muro.

Bad ReputationOnde histórias criam vida. Descubra agora