all will pass

twenty

Anna C. Evan, 03/03/2018. Brooklin Novo, distrito de Itaim Bibi - SP

   Eu tenho R$ 11,10 no meu cartão de meia passagem, um caderno, uma pasta, umas 20 canetas, um livro de poesia, meu celular, meus fones e uma vontade enorme de fugir.

   Só fugir para algum lugar onde eu não precise me esforçar pra ser algo que eu não sou. Fugir da rotina sacal de segunda a sábado: ir para escola, me decepcionar com as notas obtidas, chorar um pouco, rir depois, voltar para casa.

   Eu já faço parte do metrô e daquele banco, onde me sento nos recreios de 20 minutos e nos 40 minutos antes da aula começar, mas nunca do colégio em si.

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   O menino bonito faltou três dias essa semana e me senti estúpida por ficar preocupada com ele. Senti falta de olhar para ele nas aulas chatas e de vê-lo desviar o olhos dos meus nas vezes em que nossos olhares se encontravam. Já era algo natural para mim abaixar a cabeça e sentir minhas bochechas arderem quando isso acontecia.

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   Minha mãe descobriu sobre os "contos eróticos sobre gays", mais comumente chamados de fanfics, que escrevo e ela está possessa. "É por isso que suas notas estão indo de mal a pior! Ao invés de estudar fica aí escrevendo essas coisas!", e eu fiz o que tenho feito de melhor: me calei.

   Tá tudo bem.

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   Eu ganhei a aposta e 2 capuccinos!

   Tá tudo ótimo!