Capitulo 17 (Thiago)

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Chegando em casa tentei ir pro meu quarto rápido sem que percebessem minha chegada, mas minha mãe estava no meu quarto.

- Primeiro, isso são horas de chegar Thiago ? - perguntou minha mãe.

- Desculpa mãe, estava na casa de uma amiga e perdi a noção da hora. - Menti.

- A noção do ridículo também ? Eu tenho cara de otaria ? Amiga ? Ou namorado ? - perguntou alterada.

- Osh mãe, do que está falando ? - perguntei já sabendo o que era.

- Então que dizer que meu único filho "homem" é gay ? E isso eu não vou aceitar mesmo. - grita.

- Mae quem te falou isso? - Perguntei.

- Por que lhe interessa ? - grita.

- Da mesma forma que lhe interessa saber minha opção sexual, me interessa saber quem lhe contou. - Rebati em gritos.

Meu pai já estava na porta do meu quarto ouvindo tudo aquilo. Então deduzir: é hoje que eu morro!

Minha mãe veio pra cima de mim com seu chinelo e começa a me bater. Enquanto eu estava ali na cama sendo espancado pela minha mãe, meu pai puxava ela fazendo com que ela saísse de cima de mim.

- Alessandra para com isso! - grita meu pai.

- Carlos!!! Nosso filho é viado e está namorando outro viado. Deu pra entender meu ódio ? - grita com meu pai.

- Acho que você necessita curar esse seu ódio, abrir mais sua mente, não percebe que estamos no século 21 ? - grita novamente meu pai.

Eu fiquei muito surpreso com aquilo, meu pai estava me apoiando ? Não era pra ser diferente ?

- Eu não acredito que estou ouvido isto de você Carlos, não acredito! - grita minha mãe.

- Isso é pecado! A Bíblia diz claramente sobre isso. Deus abomina os homossexuais. - Continua minha mãe.

- Deus abomina muitas coisas, como: Prostituições, mentiras, desobediências, feitiçarias, homicidas, idolatras etc. Mas por que o ser humano tem que achar que o homossexualismo é o que Deus mais odeia ? Por que querer tacar pedras neles, sendo que o mesmo pecado que homossexualismo tem é o mesmo pecado da mentira e entre outros ? O pecado é pecado! - rebate meu pai.

- Não interessa! Eu que não vou aceitar isso dentro da minha casa. - Disse minha mãe.

- Está me expulsando de casa ? - pergunto.

- Claro que não filho, sua mãe só está alterada! - Respondi meu pai.

- Sei muito bem do que estou fazendo! E sim, não quero você aqui. Esqueça essa casa, e esqueça que tem mãe. - diz pegando a mala e jogando minhas roupas dentro.

- Você está maluca Alessandra ? - grita meu pai.

- Pai, tudo bem! - grito em choros.

- Agora eu sou a vilã né ? - diz minha mãe.

Então pego minha mala, e saio do meu quarto em choros.

- Filho, você vai pra onde ? Aqui é sua casa e aqui você vai ficar. - grita meu pai.

- Pai, tudo bem. Vai ser melhor eu ficar no Tayle. Sim! Meu namorado. - grito pra minha mãe e saio pela porta.

Do lado de fora pude ouvir meu pai gritando com minha mãe.

"Você percebe a coisa mais ridícula que acaba de fazer?"

Estava com muita vergonha de pedir para Tayle pra passar uns dias com ele até eu arrumasse outro lugar. Fiquei ali no seu portão com medo de tocar o interfone.

Então toquei.

- Oi quem é ? - era Priscila mãe de Tayle.

- Oi Priscila. Sou eu Thiago. - Respondo.

Então ela abre a porta e vai me buscar no portão. Já era por volta das 3h da manhã.

- Thiago, o que aconteceu ? - me pergunta olhando a mala.

Então me sento no sofá e em choro digo a ela o que aconteceu.

- Tem um quartinho que não usamos, porém lá está cheio de pó e entulhos. Amanhã eu limpo e você passa a dormi lá. - diz Priscila.

- Obrigado mesmo sr Priscila. E me perdoe por incomoda-lá desta forma. - digo-lhe.

- Thiago, você é meu genro e eu tenho um amor imenso por você.- diz Priscila.

- Thiago ? - surpreso pergunta Tayle descendo a escada.

Ele estava com sua toalha e com cabelo bagunçado, estava dormindo e acordou com o barulho de nossa conversa.
Corri até ele e o abracei forte!

- Tayle. Alguém disse pra minha mãe antes de mim. Ela me expulsou de casa. - digo em choro.

- Quem teve essa crueldade mano? E seu pai? Te expulsou também ? - me pergunta.

- Meu pai foi contra a minha mãe, e ele apoio-me total. - Respondi secando as lágrimas.

Então sentamos nos sofá. Mãe de Tayle veio com umas caneca de café. Tayline e Henrique também acordaram e ficaram com nos ali na sala conversando.

"Você está ferrado comigo Thiago!"

Aquelas palavras que Helano tinha dito pra mim no dia anterior começou a martelar em minha mente, foi então que tudo parecia está esclarecido.

- Foi Helano! - grito.

- O que tem Helano Thiago? - pergunta Tayle.

- Lembra quando discutimos ontem aqui ? E ele disse que eu estava ferrado com ele ? Então só pode ter sido ele. - digo.

A sala então fica em silêncio ao ouvir o interfone tocar. Era meu pai.

- Oi, licença. - diz meu pai.

- Carlos ? - surpresa diz Priscila.

- Não creio. Priscila ? - diz meu pai.

- Como o mundo é né, não deixou darmos certos pra que futuramente fosse nossos filhos. - diz em risos.

Ficamos com cara de: queremos entende isso aí.

- Como assim não deram certos ? Se conhecem já ? - pergunto.

- Eu e seu pai fomos da mesma sala no ensino-médio e namorados também. E terminamos por que éramos totalmente diferentes um do outro. - responde Priscila.

- É isso - tímido diz meu pai

- Pai. Como sabe que meu namorado mora aqui ? - pergunto.

- Fui até a casa do menino que causou tudo isso, eu o conheço. Conheci ele no dia que estava parado olhando pra sua janela, e seu semblante era de raiva. Então fui perguntar o que ele tinha e o que fazia parado ali. Então ele contou tudo o que aconteceu. E ali mesmo ele começou a gritar sobre sua sexualidade até a sua mãe sair pra fora e ouvir tudo aquilo. - Respondeu meu pai.

- Helano, Sr Carlos ? - pergunta Tayline.

- Sim garotinha. - Respondeu meu pai.

- Mas filho fica bem. Vamos resolver isso juntos. - diz meu pai.

- Vamos até a cozinha, eu preparei um café fresquinho pra nós, ainda tem. Lá podemos conversar Carlos. - diz Priscila.

- Tudo bem! - diz meu pai.

Então foram pra cozinha, enquanto isso ficamos na sala à espera. Estávamos todos quietos. Tayle me acariciava dizendo que tudo iria ficar bem.

Já era mais de 5h da manhã. Eu estava morrendo de sono, então Tayle sugeriu que eu fosse deitar com ele em sua cama, então foi o que eu fiz.

Ouvir do quarto Priscila se despedindo do meu pai.

Então as luzes se apagaram e dormimos.

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