AGOSTO, 29. 2014.

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Selena despertou assutada com o barulho do seu horrendo despertador. Sentia os membros cansados, os olhos pesados demandando por sono; revirou-se na cama, esticando os braços, foi quando a visão de sua mão a fez lembrar do que havia acontecido na noite anterior. O sonho! Ela havia cortado a mão e oferecido do seu sangue para o homem das sombras, e ele havia exalado prazer ao bebê-lo. E ela... Ela havia engolido o vômito. O seu sangue nunca era uma visão agradável. Agora, contudo, os seus pensamentos gritavam. Contra a luz do sol, encarou a palma da mão esquerda. Havia um corte fino sobre ela, um corte que não havia estado ali na manhã anterior. Selena contornou a cicatriz que manchava a sua pele, a região estava frisada e pálida. Aos poucos, foi lhe acometendo a realização de que talvez o sonho pudesse ter sido mais do que um delírio. Agitada, jogou-se para fora da cama e correu em direção ao espelho. Ela estava nua. No pescoço e no seio direito havia dois pontos vermelhos, marcas de onde ele perfurara sua pele para beber do seu sangue.

Essa era toda a evidência da qual precisava.

Ela não estava louca!

Ele era real!

Mas...

Selena sentia-se excitada e apavorada ao mesmo tempo. Um demônio vinha lhe visitar à noite para consumir seu corpo e, agora, o seu sangue também.

Ela recitou uma série de palavrões.

Quando moveu-se de volta à cama, a visão tornou-se turva, e ela quase caiu. Com sorte conseguiu apoiar-se numa cadeira e arrastar-se até cair no colchão, onde se deitou encolhida, os olhos fechados, suor frio escorrendo pelo pescoço. Somente agora percebeu como estava fraca. Ele provavelmente tomara mais do que deveria, e deixara Selena sentindo-se, novamente, gelada e devastada.

Ele era real!

E a implicação disso era horrível demais para Selena considerar.


***


Ao chegar em casa, depois das aulas, trancou-se no quarto com a desculpa de que precisava estudar. A verdade é que ela estava navegando na internet, em busca de toda informação que pudesse encontrar sobre vampiros.

Eles não poderiam ser reais, poderiam?


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Escrever foi a forma que encontrei de falar sobre coisas que ainda não entendia. Escrever sempre foi a forma de chorar minhas dores.

Estou melhor agora. Eu transformei meu luto em potência e, por impulso, comecei a escrever uma série de textos que sempre quis dizer para outras mulheres. Se estiver interessada, procura no meu perfil a obra "A todas as mulheres que virão depois de mim".

Por mais, domingo posto mais capítulos.

A SIDE: SELENA // Under Your Skin //Onde histórias criam vida. Descubra agora