A thousand years.

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Entre compromissos, shows e últimos acertos de um casamento que foi planejado rápido demais, as semanas se passaram. Faríamos o último show antes de mais uma pausa e então partiríamos para Holanda, e casaríamos, e eu surtei por várias vezes quando eu me dava conta do que estava pra acontecer. Eu tinha feito o pedido, ela tinha aceito, era muito pra associar mas Fantine fazia um ótimo trabalho me colocando no eixo.

Fantine, tão decidida e tão serena. Ela conduziu com maestria todos os preparativos, não queríamos nada grande, apenas nós e nossos bons amigos. Então ela reservou um hotel em Amsterdam, e deixou uma cerimonialista cuidar do resto. Eu não imaginava que conseguiríamos tão depressa, mas Fantine é tão incrível que fez acontecer. Tulipas brancas e vermelhas decorariam o ambiente, significando o perdão e o amor verdadeiro e eterno, respectivamente. "Tem tudo a ver com a nossa história" ela disse.

A cada dia eu tinha mais certeza do que eu queria, a ansiedade era inevitável mas eu tentava me controlar. Cada suspiro, cada lágrima, cada sorriso, cada momento nos trouxe até aqui e eu teria forças o suficiente para seguir em frente e fazer de Fantine minha esposa. E era muito surreal pensar que antes eu tinha tanto medo de me apaixonar, mas ao ver Fantine toda a dúvida se foi e amá-la era o único sentimento cabível.

Escolhemos nossos vestidos e assim que chegássemos em Amsterdam faríamos a prova. Riscando mais um item da lista, e feito. A mãe de Fantine viajaria com a gente após o show, as meninas chegariam no começo da semana da cerimônia e nós casaríamos no primeiro final de semana de maio. O que dava tempo suficiente para uma lua de mel antes do retorno da turnê. E bem, eu estava animada para isso.

Eu tentei mais uma vez com minha irmã, mas ela negou, alegando que era muito para ela lidar. E eu não insisti, não queria energia negativa no dia mais importante da minha vida. Fantine e eu decidimos que era hora de contar para a equipe, não tinha mais porque esconder. Primeiro para nosso empresário, que nos deu um grande sermão, que mais pareceu vindo de um irmão mais velho preocupado com nosso bem-estar.

- Eu estarei do lado de vocês sempre. Pode confirmar minha presença sim, porque eu quero presenciar esse momento. - Pablo finaliza com um abraço acolhedor nos prometendo proteção.

Os demais foram tão receptivos quanto. Eles se exaltaram, gritaram e nos encheram de carinho. O que foi muito bem recebido por nós, se tínhamos algum receio sobre a reação deles, tinha acabado. Sem mais máscaras nos bastidores, podíamos finalmente respirar aliviadas. Entre eles, só os mais próximos a nós acompanhariam as meninas na viajem.

Estávamos na sala de embarque a espera do nosso voo, Fantine tinha ido ao banheiro e eu estava ao lado de sua mãe, sentadas em silêncio. Perdida em pensamentos, só voltei para a realidade quando senti um carinho sobre minha mão, olho para o lado e encontro um sorriso acolhedor, Suely era tão carinhosa comigo e eu me sentia tão bem por receber esse carinho materno.

- Você está gelada, está tudo bem Lu? - Ela pergunta ainda acariciando minha mão.

- Sim, é só a adrenalina da viagem. Não se preocupe.

- Se precisar conversar saiba que eu estou aqui por você.

- Eu sei e obrigada por isso, é muito bom ter seu apoio.

- Você faz minha filha feliz, e isso pra mim é motivo suficiente para apoiá-las.

- E ela me faz muito feliz também. - Eu digo com um sorriso e como um imã meu olhar encontra o de Fantine caminhando em nossa direção. Meu coração acelera com a visão, meu corpo se aquece a medida em que ela se aproxima. Nosso voo é anunciado assim que ela chega.

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