Hoje eu sei.

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Acordei no dia seguinte sentindo como se a noite passada tivesse sido um sonho, abro os olhos e vejo a claridade da manhã atravessando a janela, com um pouco de sono ainda, olho em direção dela. E lá estava ela, saudando o sol, óbvio.

- Bom dia! -Digo entre um bocejo e uma risada, se ela soubesse o quanto é linda contemplando o sol.

- Ei, bom dia! Dormiu bem? - Ela diz e volta a olhar pela janela.

- Sim, pronta para mais um dia intenso. - Falo levantando da cama.

- Lu, vem cá, vem ver o sol. - Ela diz esticando sua mão para mim. Eu não consigo não sorrir com um pedido desse. Vou ao seu encontro, pego em sua mão, e me surpreendo com um abraço, aquele abraço que me traz uma paz. Ela se coloca atras de mim, passando seus braços pela minha cintura, me apoio em seu corpo, respiro fundo e me deixo levar pelo momento, ela me da um beijo no rosto e encosta sua cabeça na minha. Dividimos aquele momento por mais tempo que deveríamos. Até seu celular tocar e nos despertar para a realidade.

- Oi Aline, sim já estamos descendo. Se acalma, nem estamos tão atrasadas assim. - Ela fala me olhando, olho as horas e realmente a gente perdeu um pouco da noção do tempo. Nos trocamos rapidamente e fomos ao encontro de Aline que já estava nos esperando para o café da manhã.

- Caramba hein, o despertador não tocou não? - Diz Aline nos recebendo com um abraço e sua risada. Reviro os olhos para ela e acompanho sua risada.

- Eu vou pegar café da manhã pra gente. - Diz Fantine dando um aperto em minha mão, deixo escapar um sorriso bobo e olho para baixo. Quando volto meu olhar para mesa encontro Aline com uma de suas sobrancelhas arqueadas e de braço cruzado. Só penso comigo "lá vem". Suspiro e me sento em frente a ela.

- Vai Wirley, diz o que está te agoniando aí?

- O que está acontecendo garota?

- Nada, por que? - Me faço de desentendida.

- Eu não nasci ontem não, e também não conheço vocês pouco. Eu conheço é muito viu dona Luciana, vai me diz, por que a Fanta te convidou pra passar a noite?

- Você é curiosa demais, isso sim. Só me chamou pra conversar, tomamos um vinho, quando vi já estava tarde e ela me convidou para ficar. Só isso. Nada demais. - Digo tentando me livrar de suas desconfianças e vendo que Fantine já está voltando para mesa.

- Isso não vai ficar assim Luciana, você vai me contar é tudo. - Aline percebe a chegada de Fantine e muda de assunto rapidamente. Ela é uma boa amiga, e eu preciso conversar com alguém, e eu sei que ela vai me entender. Então com um olhar cúmplice entre a gente ela entende que eu vou contar, e para ela deixar de provocações.

- Olha aqui, pão de queijo. - Diz Fantine com um mega sorriso, como se ela tivesse encontrado uma jóia mega preciosa. Eu não me contenho e solto uma risada, sendo acompanhada por Aline, olho para Fantine e suspiro um "obrigada". Ela senta ao meu lado, e entra em uma conversa com Aline.

Terminamos nosso café da manhã e partimos para um dia cheio de trabalho. O dia do nosso primeiro show estava chegando e alguns últimos detalhes eram acertados. Foram entrevistas, ensaios fotográficos, e mais ensaios.

Depois daquela noite no quarto de Fantine, não voltamos a conversar tão profundamente sobre nossos sentimentos. Nos entendemos apenas com um olhar, ela sabia o que eu estava sentindo, e eu sabia o que ela estava sentindo. Entre um intervalo e outro, quando tínhamos oportunidade, sempre ficamos juntas, seja sentando uma ao lado da outra, seja segurando sua mão por alguns instantes, seja me afundando em seu abraço acolhedor, do qual eu não queria sair nunca mais.

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