Eu acordo no dia seguinte sentindo falta de Fantine na cama. Por um momento um medo se instala, será que ela tinha ido embora por causa das palavras de minha irmã? Eu desperto rapidamente e levanto da cama, abro a porta do quarto e antes que eu dê mais um passo, ouço barulhos vindo da cozinha e a voz de Fantine, respiro aliviada, ela não tinha me deixado. Tento prestar atenção ao que ela fala mas não consigo entender, provavelmente é ela falando com Branca porque um latido foi ouvido em seguida. Sorrio com o momento, eu amava que nossas vidas estivessem se ligando dessa forma. Decido voltar para cama e esperar por ela, ainda tínhamos tempo antes de partirmos para o primeiro ensaio do ano.
Estávamos animadas com os compromissos que teríamos, nossas vidas voltando para aquela rotina maluca. Desperto de meus devaneios com Fantine abrindo a porta do quarto, olho em sua direção e a vejo carregando uma bandeja de café da manhã, eu tinha muita sorte de ter uma namorada tão amorosa como ela.
- Ei, você já está acordada. Bom dia. - Ela diz se aproximando da cama e deixando um beijo em minha testa.
- Bom dia Fanta, eu senti falta do seu corpo e eu acordei. - Eu falo fazendo manha e ela ri.
- Eu queria fazer algo especial para você. E eu acho que café da manhã na cama é um gesto muito bonito, e eu queria que você sentisse que eu te amo de verdade. - Ela fala em um tom baixo, diferente daquela Fantine alegre que entrou no quarto a poucos minutos.
- O que foi meu bem? Por que diz isso tão cabisbaixa?
- Eu ainda lembro das coisas que sua irmã disse. Eu não devia, mas é incontrolável, ela foi tão dura contigo e eu odiei te ver chorando daquele jeito. Eu não quero nunca que você duvide do que eu sinto.
- Eu não duvido. Eu sinto seu amor em cada gesto, em cada olhar, em cada palavra. A atitude dela ainda me machuca sim, não vou negar. Mas nosso amor é maior, e você me mostra isso todo dia. - Eu a beijo para reafirmar o que eu digo.
- Eu prometo que vou deixar isso de lado. - Ela me beija novamente. - Então agora vamos aproveitar nosso café da manhã e depois ensaio. - Fantine diz animada, e era essa animação que me motivava. Sua dedicação com o trabalho não havia mudado, seu carinho com o grupo sendo o mesmo de quinze anos atrás.
Terminamos nosso café da manhã, cheio de carinhos e beijos, só para deixar registrado aqui. Seguimos até o local do ensaio e reencontramos com a equipe e com as meninas, foram abraços e uma surra de perguntas de como tinham sido nossos dias na Holanda. Uma Fantine muito alegre contava para elas o quanto Kikish e eu tínhamos nos amado. Sua felicidade em mencionar sua filha e nossos momentos aqueceram meu coração, eu já não me via sem elas e era um pouco assustador mas ao mesmo tempo muito acolhedor. Preservamos por momento nosso relacionamento, ninguém além das meninas sabiam, preferimos manter uma certa distância para não atrapalhar nosso trabalho. É lógico que um olhar ou outro não era discreto, é lógico que um abraço era necessário.
O dia se passou rápido e no próximo dia gravamos nosso clipe, o que tomou nosso tempo, viramos a noite, o cansaço bateu quando terminamos, eu só queria ir pra casa e descansar ao lado de Fantine.- Kikish chega em alguns dias, estou tão animada de tê-la aqui. - Fantine diz enquanto nos trocamos para dormir.
- Eu também estou muito animada, quero ver a carinha dela em seu primeiro carnaval.
- Sim, eu estou muito ansiosa por isso. Espero que ela goste. - Ela diz sorrindo e em seguida fica pensativa. - Lu, como você sabe, o Nick vem junto, e eu estava pensando que seria melhor eu me hospedar no hotel deles também, porque você sabe, temos todos esses compromissos e acho que seria mais cômodo para Kikish se estivermos no mesmo lugar para ela ficar com o pai quando precisar. - Ela termina relutante e confesso que uma decepção bateu forte. Eu queria ter as duas comigo, viver mais momentos de família. E as palavras de minha irmã ecoaram em minha mente de novo. Tentei afastá-los porque nada do que ela disse fazia sentido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Against All Odds.
RomansaQuando um reencontro desperta sentimentos até então desconhecidos.