Nada é por acaso

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C.

Quando meu voo pousou em LA e vi Addie e Sofia correrem em minha direção foi o unico momento de alivio que sentia em horas. Assim que virei as costas para Arizona ainda no aeroporto senti meu coração se partir. Eu passei o voo inteiro refletindo se deixá-la ir era a melhor opção. Eu sei que era idiota, mas nunca daria certo. Era uma relação fadada ao fracasso. Eu não era uma médica linda, bem sucedida e com um apartamento espaçoso. Eu era uma bartender, com uma filha de 7 e um cubículo no qual chamávamos de apartamento. Que nem tinha tempo para outras coisas a não ser essas que eu já fazia. A volta para casa não foi nada silenciosa. Sofia tagarelava sobre o que fez e que Addison a ajudou a pintar um quadro que tinha eu, ela e Arizona e um cachorro. Isso provavelmente era uma indireta para que eu providenciasse um. Eu apenas ria de sua tagarelice. E naquele momento eu pensava que eu tinha feito a coisa certa. Eu tinha que correr atras de melhorar minha vida para que minha filha tivesse o melhor. Quando chegamos finalmente Sofia foi brincar no quarto enquanto Addie fez um chá e sentamos para conversar.

- Vai me contar porque voltou tão cedo?

- Ah minha amiga...eu precisei voltar era o certo a se fazer.

- E porque era?

- Arizona insiste em querer algo a mais.

- E porque é tão difícil?

- É tudo muito complicado e ainda tem a Sofia. Arizona é uma médica residente ela tem que se preocupar com cirurgias e horas vagas para dormir e não com tinta guache, musicas infantis tocando no carro conversível dela, além do mais crianças de 7 anos e conversíveis não combinam.

- Aposto que ela compraria uma minivan se fosse para estar com você.

- Esse é o problema...eu não quero que ela mude a vida dela de cabeça para baixo porque para estar comigo tem toda essa bagagem.

- Entendi...você não quer que ela tenha que se adaptar a mudanças drásticas como desenhos de giz no papel de parede dela.

- Exatamente isso.

- Você é uma boa amiga. Abrir mão de estar com ela para que ela seja feliz em seu conforto, com a vida que ela construiu.

- Construiu com a vara pau.

- Parece que já temos um apelido para a companheira numero dois. Como era mesmo o da outra?

- Eliza piranha. Detestava essa mulher. Porque a Arizona não namora com pessoas mais suportáveis? Sei lá mais simpáticas.

- Assim como você?

- É pedir demais? – Nós rimos. Era bom rir. – Até me esqueci...ela vai se casar com a vara pau. Isso é se elas se reconciliarem. – Addison ergueu a sobrancelha.. –

- Elas brigaram?

- Bem feio. Eu não sei bem o motivo. Eu tava dormindo e acordei com a gritaria e bateção de portas. Arizona tambem não me falou o motivo da tal briga, mas segundos depois que a vara pau saiu da casa ela me agarrou as pressas, arrancou minhas roupas, mas eu impedi. Eu sabia que se fizéssemos daria uma série de problemas depois.

- E ela?

- Ah ela ficou chateada obviamente. Me mandou embora e tudo.

- No meio da noite? Isso porque ela te ama!

- Eu mereci. Eu a chamei de criança e disse na cara dela que não senti nada por ela depois que transamos. Eu só queria esquecer tudo isso, foi o pior momento da minha vida.

- Sinto muito, Callie.

- Acho que a nossa amizade acabou também.

- Duvido. Mas você pode mandar uma carta ou um email.

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