Destino

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Os dias passavam devagar sem Arizona. Faziam meses desde a última vez que nos falamos. Ela disse com todas as letras no telefonema que tivemos que ela estava cansada das minhas promessas. Ela tinha razão. Eu havia quebrado algumas promessas. Eu prometi que iria para Boston a 11 anos atrás e não fui. Eu prometi que ficaríamos juntas quando me entreguei a ela, mas eu também não cumpri. Foram algumas promessas, promessas essas quebradas. Assim como a que fizemos de ir a Europa, quebrada por ela. Tudo indicava que estávamos fadadas a não estar juntas, acho que havia chegado o grande momento de aceitar isso e parar de choramingar. Eu recebia diariamente fotos e notícias dela que eu mesma havia acionado no meu navegador, eu era viciada em ver suas notícias, apesar de saber por ela mesma muitas vezes, mas eu gostava de saber por mim também e uma delas me chamou a atenção. Ela havia aparecido numa revista de fofoca, nunca tinha visto antes,mas desde que começou seu trabalho com o pai de Eliza ela aparecia frequentemente em revistas de fofoca por conta de Eliza. Ela andava com ela com muita frequência, o que me incomodava. Na matéria estavam cogitando um noivado das duas, o que me pegou de surpresa. Será mesmo verdade? Eu gostaria de estar falando com ela para saber da sua boca se era mesmo verdade. Não era possível. Ainda mais essa. Fiquei irritada com seu silêncio e decidi escrever para ela, isso me acalmaria.

De: Callie

Para: Arizona

Assunto: Basta

Bom, se passou dois meses. Quando vamos acabar com esse silêncio? Eu sei que você me odeia agora, você deixou isso bem claro nesses últimos dois meses depois dos xingos que você me deu por telefone, mas precisamos conversar. Que história é essa de noivado?

Com amor, Callie.

De: Arizona

Para: Callie

Assunto: Noivado

Querida, Calliope

Quero que saiba que eu não te odeio, acho que seria incapaz de fazer tal coisa, mas também preciso dizer que seja lá onde você tenha visto, é verdade. E sim precisamos quando podemos conversar?

***

- Noiva? - Minha amiga gritou enquanto fazia nosso jantar. Estava na casa de Addison. Havia levado Sofia para mais um de seus encontros semanais com o pai. Pai, era estranho dizer isso eu sabia que ela tinha um pai, mas era estranho se referir a ele como um. Afinal ele não fez parte de sua vida, parte por minha culpa, mas parte por desinteresse do mesmo. Eu estava fazendo terapia agora e minha terapeuta sempre recomendava que eu retirasse a minha culpa de coisas que eu não tinha nenhum controle sobre. Por exemplo o fato de Arizona estar noiva. Já faziam umas semanas desde a noticia. Aquilo me corroeu por dentro, acho que tinha sido pior do que quando ela havia ficado noiva de Carina, afinal eu já meio que esperava, mas Eliza? O que houve? Elas nem estavam juntas, ela disse que não tinham futuro que o que elas tinham era só diversão, não fazia sentido algum. E aquilo me perturbou. Eu me movimentei por semanas a procura de algo novo, começando por um lar pra mim e minha filha em Los Angeles novamente. E um emprego. Foi então tudo o que eu consegui era uma vaga de recepcionista numa academia local. Era uma grande linha local de academia era bem conhecida por Los Angeles Pure Fitness. Eu trabalhei de atendente no KFC no shopping de Santa Monica não era muito novo o trabalho, recepcionar pessoas. É claro que a esta altura da minha vida não era o que eu estava procurando. Eu ia subir o nível da minha carreira trabalhando na Berklee College e a sensação era retroceder de novo, mas era isso. Trabalho é trabalho. -

- Isso mesmo que ouviu, noiva.

- Meu deus, Callie! O que aconteceu? Dois meses parece um ano na vida de Arizona.

Love is patientOnde histórias criam vida. Descubra agora