"Aprendi que as pessoas esquecerão aquilo que disseste, esquecerão aquilo que fizeste mas jamais irão te perdoar como as fizeste sentir" - Maya Angelou
• Dakota •
- Eu vou descobrir tudo a fundo, dou-te a minha palavra. Mas talvez seria melhor se viesses comigo. Tenho a certeza que o meu pai tem uma resposta para isto - Thor diz apressadamente e eu apenas fico a olhar para o chão séria, sem coragem para o encarar diretamente.
- Estás bem? - ele pergunta-me num tom preocupado colocando uma mão no meu ombro.
- Eu só estou cansada. Disto tudo, é demais ... Eu estou farta - eu acabo por dizer a custo.
Decido ligar a Steven. Preciso de alguém que me abrace. Que fique comigo. Que não me deixe sozinha.
Pego no telemóvel e ligo-lhe. Dou por mim a chorar assim que ele atende. Thor olha para mim preocupado. Muito preocupado e sem saber o que fazer. Eu dou uns passos afastando-me dele.
- Eu estou a caminho. Não desligues - pede desesperado Steven do outro lado da linha.
- Ok. - eu digo entre soluços. Thor ajuda-me a sentar num banco do jardim. É um jardim típico de cidade que está mesmo à frente do prédio onde Jane vive.
- Está tudo bem Steven. Eu estou à tua espera com Thor - eu aviso Steve e desligo a chamas após ele se despedir a dizer "estou quase a chegar".
- Tens primos? - Eu pergunto já calma sem chorar e com as lágrimas já secas.
- Não. Não tenho tios - ele responde e eu percebo o porquê da sua surpresa ao constar que eu sou da sua família.
- Tens que idade? - eu pergunto de forma a tentar descobrir como raio eu sou do mesmo sangue que ele.
- 3400 anos. Quero dizer, faço 3400 para o próximo mês - ele diz e eu olho chocada para ele.
- Eu tenho 23 !
- Tens a certeza? - ele acaba por perguntar franzindo as sobrancelhas.
- Hum sim.. Espera. Asgardianos são imortais? Eu sou imortal? - eu pergunto confusa, assustada e impressionada ao mesmo tempo.
- Não somos imortais. Apenas vivemos muito mais que os humanos. Em média vivemos 10 mil anos. - ele esclarece de forma natural. Bem para ele é de facto algo natural. Para mim é apenas assustador. Viver tanto tempo e ver todos os meus amigos morrer...?
- Como é que tens tanta certeza que eu sou da tua família? - eu pergunto e apercebo-me que aquela fora a pergunta que eu mais queria resposta. Não sei como é que só agora me lembrei de a fazer.
- A minha família tem um gene único. Apenas pessoas pertencentes à nossa família o possuem. - ele explica pausadamente, também ele sem querer acreditar no que está a acontecer.
- E de quem foi primeiramente esse gene? - eu pergunto e ele olha para mim como se se tivesse feito luz na sua cabeça.
- O meu avô... Quer dizer é muito mais antigo que isso. Mas.. Esse gene faz parte da família do meu pai. De Odin.
- Então quer dizer que eu sou descendente dele? - eu pergunto não muito convencida de estar a acompanhar o seu raciocínio.
- Sim.
- Porque é que me perguntaste se tinha a certeza de ter 23 anos? - eu pergunto lembrando-me da sua pergunta anterior.
- Tens noção de que muito provavelmente és filha de Odin, o pai de todos? Isso faz de ti uma princesa. Princesa de Asgard - ele exclama ignorando por completo a minha pergunta.
- Não sabes isso. - eu corto-o série e descrente.
- Só há essa explicação.
- Não. Há milhões de explicações - eu argumento séria abanando a cabeça categoricamente.
- Tens de vir comigo a Asgard. Já - ele diz levantando-se do banco e agarrando-me a mão obrigando-me a levantar também.
- Não. Não vou a lado nenhum - eu nego desprendendo-me da sua mão.
- Não queres descobrir a verdade?
- É claro que quero descobrir a verdade. Mas não agora.
- Porquê não?
- Porque Steve está a chegar. Eu não posso simplesmente ir, sem mais nem menos , sem avisar ninguém - eu justifico-me e ele abana a cabeça sem querer acreditar.
- Tudo bem. Avisa quem tu quiseres. Esperamos pelo Steve. - ele acaba por concordar impacientemente.
Após pouco mais de 5 minutos, Steve chega.
- Estas bem? - é imediatamente aquilo que ele pergunta.
Assim que chega perto de mim abraça-me preocupado durante uns segundos deslargando-me logo em seguida, dando espaço entre nós para me encarar nos olhos.
E conto-lhe tudo.
(...)
- Avisa Jordan. E Stark. Ele deve estar bastante impaciente - eu digo rapidamente a Steve. Estou a preparar-me para ir com Thor a Asgard.
- Não te preocupes eu aviso. Tens a certeza que vais bem sozinha? - ele pergunta ainda não convencido em eu ir sozinha com Thor para outra dimensão ou seja lá como se diz.
- Sim. Tenho de ir sozinha. Se eu demorar mais de dois dias não esperes por mim - eu digo.
Sei que se demorar mais de 48 horas lá é porque decidi ficar lá bastante tempo. Sempre fui assim. 8 ou 80 nestas situações.
- Não sejas tonta Dakota - Steve sorri.
- Estou a falar a sério.
- Eu também.
- Não fiques preso a ninguém, Steve. Isso pode destruir-te - eu aconselho-o sabiamente. Sei-o pela minha própria experiência.
- Não neste caso - ele diz e eu suspiro com a sua teimosia e determinação.
- Bem, tenho de ir. Fica bem. E diz ao Stark que ele continua a ser um bom pai, apesar das circunstâncias. - eu digo por fim.
- Boa sorte - ele diz e beija-me a testa.
- Não existe algo como a sorte. - eu nego e ele sorri.
- Talvez.