" Temos de dançar como se ninguém estivesse a ver, amar como se nunca nos fôssemos magoar, cantar como se ninguém estivesse a ouvir e viver como se fosse o paraíso na terra" - William W. Purkey
• Dakota •- Descobriste alguma coisa ? - eu pergunto curiosa e ansiosa ao mesmo tempo ao meu pai. Ele está a analisar a minha amostra de ADN para descobrir de onde é que eu sou para ter um ADN diferente dos humanos, porém dando positivo para ele ser o meu pai. Sendo ele humano. A minha mãe não era humana então ele quer descobrir o que ela era.
- Há uma mistura de ADN humano e outra coisa qualquer, certo? - eu pergunto logo a seguir.
- Eu tenho uma teoria mas só o Banner é que pode a comprovar. - ele responde depois de uns momentos atento a analisar a amostra pelo microscópio. Doutor Banner, mais conhecido por Hulk.
Estamos no seu laboratório pessoal. Pepper confessou-me, quando vim cá pela primeira vez, que eu era a segunda pessoa a entrar aqui, sem contar com ele próprio.
- E qual é a teoria? - eu pergunto e ele abana a cabeça.
- Primeiro quero comprova-lá e depois digo - ele nega.
- A sério? - eu digo frustada.
- Sim.
Eu suspiro percebendo que não valia a pena discutir. Ele é muito teimoso. Vejo Pepper entrar e sorrir-me.
- Tens uma visita - ela diz com um sorriso cúmplice e eu olho para ela um pouco surpresa. Jordan está na faculdade e não estou a ver mais ninguém a vir cá visitar-me.
- Quem? - eu pergunto e ela abana a cabeça.
- Vai ver - ela diz apenas.
- Vocês deviam assumir-se. É óbvio que foram feitos um para o outro - eu reclamo e ela cora ligeiramente. Stark apenas finge que não ouve, fingindo estar muito atento a analisar as amostras de ADN. Não sei quem é que ele quer enganar.
Saio do laboratório e vou ter à sala de estar. E deparo-me com o Steve.Recapitulando as coisas que aconteceram desde que ele me recrutou para os vingadores: treinei 3 meses e fiquei a viver na academia nesse tempo todo. O meu treinador foi principalmente Steve, mas Visão também me ajudou bastante. Depois viram que eu estava preparada e fui viver com o meu novo pai (para além de ter começado a trabalhar para ele como sua nova relações públicas). E não houve nenhuma missão para os vingadores pelo que tenho andando descontraída, demasiado até. Não treino já há algum tempo. Ou seja, já há duas semanas que não nos víamos.
- Steve - eu sorrio-lhe. Ele sorri de volta .
Ficámos bastante próximos nos últimos meses. Desde que eu o abracei quando acabei a minha música de ultrapassagem, que temos estamos muito próximos. Mas não aquele próximos. Do tipo de já nos termos beijado. Não. Pelo menos, ainda não.
Uma coisa de bom que eu tenho. Sei sempre quando os rapazes gostam de mim. O problema é quando eles deixam de gostar. Aí já não consigo prever. Fico tão cega com o amor que não me apercebo que eles deixam de se interessar por mim. E agora tenho medo e não dou iniciativa, para ver se o Steve aguenta. Se ele gosta realmente de mim irá esperar. Irá insistir.
- Dakota. - ele diz com um sorriso. Nota-se um certo nervosismo na sua postura. Quase rio ao reparar nisso.
- A que devo a honra da sua visita? - eu pergunto num tom brincalhão, com um sorriso divertido.
- Não tens vindo treinar - ele constata e eu sorrio mais abertamente.
- Então vieste este caminho todo para me dizeres isso?
- Ainda não me habituei ao telemóvel - ele responde e eu rio-me.
- Justo. Também não perdes muito sabes. Não há nada como falar cara-à-cara.
- É exatamente isso que eu penso. - ele assente.
- Eu posso ir treinar todos os sábados e domingos - eu acabo por dizer depois de uns segundos em silêncio e ele assente com a cabeça.
- Eu também estou a pensar mudar de casa. - ele acrescenta.
- E então? Gostaste desta zona? - eu sorrio perguntando.
- Talvez arrange alguma coisa mais perto da cidade. Dá mais jeito - ele diz. Noto um tom de brincadeira na sua voz.
- Eu prefiro campo. - eu acabo por confessar. As árvores dão-me inspiração então gosto sempre de estar perto delas.
- Sim. O campo é lindo - ele concorda.
- Estou a juntar dinheiro para construir a minha própria casa no campo. Tudo à minha medida - eu acrescento com um olhar brilhante, confessando-lhe os meus sonhos e planos para o futuro. Estou a abrir-me a ele. É estranho mas não tenho medo de o fazer.
- Parece ser um plano maravilhoso. - ele sorri genuinamente.
- E tens gostado do teu novo trabalho? - ele pergunta realmente interessado.
- Que falta de educação a minha. Anda, senta-te - eu lembro-me de que estamos ambos em pé.
Sentamo-nos os dois no grande sofá, lado a lado.
- Bom, eu tenho gostado. Só não gosto muito quando tenho de ir resolver negócios em festas. É difícil as pessoas levarem-me a sério numa festa - eu acabo por confessar um pouco frustada - Mas de resto até gosto bastante, para além disso acho que tenho algum jeito.
- Claro que tens. - Steve concorda. Sorrio. Às vezes temo ele ver-me como algo que eu não sou. Às vezes parece que ele pensa que eu sou perfeita. Por um lado é bom, mas por outro... É aterrorizante pensar que uma pessoa tem-te em tão grande conta. Dás por ti a ter medo de não atingires as suas expectativas.
- E contigo? Como vão as coisas? - eu direciono a conversa para ele, realmente interessada no que ele tem andado a fazer.
- Não tenho tido muito que fazer. Apenas tenho andando a descobrir um pouco do mundo novo e assim.
- Já foste ao Alaska? - eu pergunto-lhe e ele abana a cabeça.
- Tens de ir. É maravilhoso.
- Vou juntá-lo aos sítios que quero ir, então - ele responde com aquele seu sorriso maravilhoso.
- Senti saudades. - eu acabo por confessar com a voz baixa, porém alta o suficiente para ele ouvir perfeitamente.
- Eu também. - ele diz num murmúrio.
Dou então por mim a aproximar o meu rosto do dele. Ele faz o mesmo até os nossos lábios se tocaram. Iniciamos um beijo calmo que rápido se torna ávido e cheio de desejo .