"Estou farta de traidores que estão sempre a mudar de lado, eles costumavam ser meus amigos"
• Dakota •- Oh meu deus Dakota! Não fizeste isso! - Jordan exclama chocada ao ponto de quase cair para lado, quando entra na minha casa de banho e me vê com o cabelo rapado.
- Decidi mudar o nome para Alaska. Há muito que o queria fazer e agora é o momento certo. - eu digo apenas sorrindo ao olhar-me ao espelho. É estranho como eu não pareço mais a Dakota. A Dakota tinha cabelo médio. Esta já não é mais Dakota. Dakota já não existe mais a partir de agora.Tenho de "renascer" de novo. Nada melhor como deixar de ser a Dakota e a Eyja. Não me lembro de ser Eyja. E a Dakota tinha de morrer dadas as circunstâncias. Agora sou Alaska.
Odin irá compreender que vou querer mudar o meu nome. Até posso fazer um discurso público para todos percebem o porquê. Provavelmente vou ganhar mais fama de o fizer. Direi qualquer como: "agora que descobri que eu sou realmente decidi que a minha vida não é mais a mesma e que renasci de novo, para isso escolhi um novo nome, porque considero não fazer sentindo ser Eyja, por não ser mais essa pessoa, nem Dakota pela mesma razão. Assim sendo, daqui em diante sou Alaska, a futura rainha de Asgard."
Se bem, que não planeio ser rainha durante muito tempo. Duas semanas no máximo e depois passo o cargo a Loki e explico de novo as minhas razões ao público. Mas antes tenho de provar ser uma belíssima guerreira, para fazer o mesmo que Thor. A sua desculpa foi que era melhor guerreiro que rei. Pois bem, eu vou fazer o mesmo. E para isso tenho de treinar à moda dos asgardianos.
- Mas que raio - ela murmura olhando-me de boca ainda aberta.
Então decido explicar-lhe tudo. Tudo. Mesmo tudo. Talvez ela possa me aconselhar algo. Alem disso, eu explodiria se não contasse a ninguém o dilema emocional por que estou a passar no momento.
- Meu Deus... Como é que consegues ainda respirar? - ela murmura chocada com a profundidade da confusão da minha vida.
- Eu não sei. - eu digo apenas tentando abstrair-me de tudo e a olhar para o teto.
Assim que a avisei que ia lhe contar uma enorme história, ela decidiu que era melhor deitarmo-nos na minha cama para estarmos mais confortáveis e ela não cair para o lado. Ela sabe sempre quando eu quero contar-lhe algo grave e sério.
- Então estás a pensar ficar sozinha até decidires se amas realmente Loki. Ou se gostas de Erik. - ela começa. De entre tudo o que lhe contei, aquilo que lhe interessa mais é saber quem será o meu futuro amado.
- Não usaria essas palavras... - eu murmuro pensativa sem saber o que dizer mais. Estou tão cansada de pensar nisso.
- Loki ama-te, sabes. Eu não queria ter de ser eu a dizer-te mas é a verdade. Ele está apaixonado por ti. E tu continuas a Dakota. Ele apaixonou-se pela Dakota, ele não se deve lembrar de nada do vosso "passado". - ela diz num tom de enorme confiança nas suas palavras. Será que tem razão?
- Desculpa Jordan. Mas no que toca aos meus assuntos românticos, falhas sempre. - eu suspiro. No entanto, tenho a ligeira impressão de que ela pode ter razão.
- Agora é diferente. Quer dizer, estamos a falar de Loki! Não existe ninguém mais frio, toda a gente pensa que ele seria incapaz de amar alguém sem ser ele próprio. Eu sei disso apenas pela experiência na Terra. E aqui em Asgard, toda a gente pensa a mesma coisa. E no entanto, a forma como ele olha para mim... É óbvio que ele te ama. Ele nunca olhou para alguém da maneira como olha para ti, e até a forma como as pessoas reagem da forma que ele olha para ti. Mesmo pensando que vocês são irmãos... Além disso eu confrontei-o com isso. Ao início negou, claro, mas depois acabou por deixar confessar ainda que de forma indireta. - ela explica num tom factual. Como se o que estivesse a dizer fossem factos científicos comprovados.
Sinto o meu coração a apertar-se.
- Nós somos irmãos à vista de todos, Jordan. Não é uma relação com futuro. - eu argumento recorrendo à parte mais racional. Mas a verdade é que eu quero desesperadamente que ela me contradiga e me ajude a arranjar uma forma de poder ultrapassar esse "percalço".
- Falas como se não pudesses anunciar que ele é adotado e vocês se apaixonaram. As pessoas iam amá-lo. Uma história super romântica que ia ficar para sempre nos livros de história. - ela pronuncia-se num tom sonhador e com um sorriso.
Eu não consigo deixar de sorrir de volta ao imaginar essa história ser lida aos miúdos. As meninas iam adorar a história e acha-lá muito romântica e tornar-se-ia o sonho delas. Quanto aos meninos, bom eles diriam "blhac, que nojo".
- Vai ter com ele, Dakota. Ele precisa mais de ti, do que tu dele. - ela diz sabiamente. Ela daria uma ótima terapeuta de casais.