9 - O Banqueiro

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— Erik. — ela o sacudia. — Acorde, já amanheceu.

— Não quero acordar, minha cabeça tá doendo, princesa. Volta aqui, eu quero dormir assim, mansinho do teu lado. — Ele a puxou fazendo ela cair sobre ele, a abraçou pela cintura e girou o corpo apertando-a contra a parede roçou o nariz no pescoço da jovem.

Parecia um sonho, atada em cordas brilhantes de frente ao cavalheiro de preto. Sentiu um tremor estranho vindo onde ele tocava. Mas não era um sonho, lembrou.

— Erik, acorde, acorde já!

Ele abriu os olhos, e despertou com os cabelos dela roçando em seu rosto. Ficou vidrado em seus olhos, preso pelo seu cheiro floral e pelo calor que sentia ao contato com sua pele, sem perceber acariciou-lhe o rosto, intentou beijá-la, foi aproximou-se vagarosamente, inebriado e sonolento.

— Senhor! — chamou Matias desvanecendo o clima. — Sua mãe o espera lá em baixo.

Erik praguejou em silêncio tomando consciência do que se passava, sentou-se lentamente firmando Liana até que ela conseguisse se equilibrar sentada.

— Quem está aí com Erik? — Elizabeth quis saber.

—Matias não diga que sou eu, por favor. — Suplicou Liana com as mãos unidas.

— É melhor decer, senão a duquesa é que vai subir para descobrir — disse Erik.

— Não posso — disse ela abanando as mãos tensas.

Matias desceu a escada explicando à madame que Erik estava acompanhado.

— Liana, eu vou descer na frente. — Ele pôs as mãos no ombro dela num gesto protetor. — Vai ficar tudo bem, pode decer, certo? Erik levantou o rosto dela pelo queixo.

— Nós fizemos alguma coisa na noite passada? — Ele perguntou esperançoso.

— Bem, acordamos da mesma forma que chegamos. Só me lembro de beber até cair de sono.

— Erik! — gritou Elizabeth.

—Já vou, mãe! Só me lembro de beber e de uma conversa sobre apelidos, mais nada.

— Não houve nada.

— Então não há o que temer — disse levemente frustrado. — Vamos descer.

Ele foi na frente e Liana em seguida ouvindo a bronca que a madame dava no filho sobre a vergonha que causou durante o jantar. A senhora que estava de costas se virou para vê-la chegar ao chão.

— Ora, ora, ora, quem vemos descer? — ela baixou a cabeça para ouvir. — Liana Albuquerque. A camponesa que dedicou toda a sua vida para conquistar meus filhos...

— Mamãe, não houve nada entre nós.

— Bom seria Erik. Não vê que esta interesseira arrastou asas pro seu irmão por anos? Depois que seu irmão a deixou ela simplesmente se concentrou em você.

— Não é como a senhora pensa. Interveio Liana, as palavras da senhora lhe aumentaram o mau estar, virou o rosto para o lado e não conteve o vômito.

— Bom seria mesmo filho, — falava com verdadeiro desprezo olhando Liana por sobre o ombro. — E quanto a você, é bom não engravidar, mocinha. Não vamos cair neste golpe! Meus não são para você, não quero netos da filha de uma rameira!

E foi-se na direção da mansão puxando Erik consigo e deixando Liana com olhos marejados de revolta. Não sabia muito da mãe que morreu quando tinha oito anos. Mas odiava que falassem mal dela.

Não se importava com o passado de sua mãe, nao sabia se fora realmente rameira ou se a chamavam assim por ser mãe solteira, tão pouco sabia quem era seu pai. Mas sabia que teve uma boa mãe, amorosa e trabalhadora, tinha orgulho da lembrança dela, acusações infundada não iriam lhe roubar este orgulho.

Trewsky BrothersOnde histórias criam vida. Descubra agora