29 - Primeiro beijo

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Ela o olhou sem saber o que dizer, mesmo bêbado ele não oferecia perigo, só por isso não quis sair correndo. Permaneceu firme e trêmula onde estava.

- Se puder me dar licença...

- Oh, claro! - ela disse constatando que bloqueava a porta do quartinho.

Liana sabia que a água estaria fria, por isso não esperava que ele fosse entrar imediatamente depois de si. Não imaginava que água fria era justamente o que ele queria.

Erik queria esfriar a cabeça, tirar os pensamentos redundantes e maliciosos a respeito da esposa e do irmão. Mas o efeito do banho fora justamente ao contrário, dez minutos após estava mais lúcido que antes e seus pensamentos cada mais velozes.

Mas ele era um estrategista nato, tratou logo de forjar um plano para tirar dela as respostas que queria, o mais rápido possível.

Saiu da tina, enrolou a toalha na cintura e voltou ao quarto. Liana estava sentada sobre a cama e o olhou instintivamente, seu rosto enrubesceu ao fitar o musculoso peitoral do marido. Imediatamente cobriu os olhos com as mãos.

- Erik! - esbravejou.

- O que foi, Liana?

- Não vai dormir nú ao meu lado, vista-se imediatamente!

- Isso não está no contrato.

- Erik! - ela gritou. - Pois aja como se estivesse, não vou admitir o contrário!

- Liana?

Ele pôs as mãos geladas sobre as dela.

- Se acalme, esposa. Aviso que não vou aceitar mais regras do que já temos.

- Saia já de perto de mim, seu depravado!

Ele afastou as mãos dela do rosto mas ela manteve os olhos fechados com força, enrugando as pestanas.

- Não podemos consumar, esta é a pior regra de todas. O fato de eu estar vestido ou não, não vai alterar isso: Não vamos consumar. Já estou vestido sua bobinha, se continuar apertando as pálpebras assim seus olhos vão acabar afundando!

Liana abriu os olhos desconfiada. Ele estava rindo, já estava vestindo um blusão

- Erik Trewsky, é um homem idiota.

Aquele sorriso dele deixava tudo mais leve, antes que pudesse sorrir de volta Liana se deitou cobriu até a cabeça com o lençol.

- Não achei que fosse se irritar tanto.

Ela não respondeu.

- Liana? Até parece que nunca viu... um homem!

Ela se descobriu e o olhou, ele parecia tão grande ali sentado na beira da cama.

- Temos mesmo que dividir a mesma cama?

- Acho que não temos nenhuma regra a respeito disso, mas podemos decidir isso agora.

- Quartos separados! - ela disse resoluta.

Ele não gostou nada de ouvir isso, faria algo a respeito mais tarde.

- A partir de amanhã, não enquanto estivermos na casa dos meus pais - ele rebateu.

Ela suspirou cansada.

- Já posso dormir ou vai continuar tagarelando?

- Eu gosto desse lado da cama que você está.

Ela se afastou para o outro lado.

- Satisfeito?

- Sim.

Ele apagou as velas e se deitou, Liana estava encolhida o mais longe possível dele. Suspirou cansado, não queria dormir, não aquela noite.

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