Liana sentiu todas as suas esperanças se desvanecerem com o pressentimento ruim que Erik lhe causou com o comentário.
- É uma possibilidade... ou uma decisão?
~Liana
Eu não sou interesseira. Poucas coisas desejei na vida, mesmo que tenha sido o desejo mais forte que a razão às vezes e foi somente pelas coisas às quais me apaixonei.
Eu lembro quando cheguei neste lugar. Minha mãe tinha olhos tristes e úmidos quando saímos do comboio. Havíamos deixado trezentas cabeças de gado na residência do juíz.
Eu os conheci assim que entrei no local. Vi primeiro um e depois o outro chegou do lado oposto, estavam montados em lindos cavalos negros, os meninos eram iguais por fora.
Achei que estivesse diante de um espelho até que eles desceram dos cavalos e cada um foi para um lado.
Um correu em direção ao senhor Trewsky que o aguardava em frente à mansão, e o outro fez uma referência a meu tio e à minha mãe e travou à minha frente com olhos curiosos em mim.
Eu ri, ele era muito curioso e muito bonitinho mesmo. Os cabelos ouro velho penteados para trás, olhos muito intrigados. Eu estava mal vestida e suja, lembro muito pouco mas disso tenho certeza por causa da longa viagem com o rebanho.
Eu fiquei tão envergonhada que sorri e logo tampei a boca com as mãos. De alguma forma eu vi que ele quase sorriu também mas em vez disso ele falou comigo.
- Oi! Quer cavalgar comigo?
Ele era mesmo bonitinho. Tirei as mãos do rosto enquanto dizia "sim", mas a voz do Lorde o chamando impediu que tivesse ouvido a resposta.
- Venha filho, o banquete já está pronto e sua mãe não vai me deixar comer até que os dois estejam à mesa!
Minha mãe me puxou para perto dela e ele gritou pro pai que já estava indo embora. Deu-me um sorriso que não mostrava os dentes e foi correndo ao pai.
"Você gosta de cheirar vacas?" um dos meninos disse para o outro, "Daqui eu sinto o fedor deles..." e eles seguiram para a mansão.
Um era gentil e o outro um ogro metido. A cor dos olhos eu só reparei dias depois. Então no dia seguinte e até hoje não sei qual deles falou comigo primeiro.
No dia seguinte fui passear no campo e fiquei encantada com toda a beleza da fazenda e a plantação. Os Trewsky eram as pessoas mais lindas que já tinha visto, a madame parecia uma bonequinha e o juís parecia um heroi que saiu dos livros de história.
Havia um lindo jardim em frente à mansão, as flores, as estátuas de mármore e o chafariz mais suntuosos que já tinha visto. Toda a beleza daquele lugar, minha primeira grande paixão aos seis anos de idade.
Terra. Espaço.
Na casa que vivíamos antes não tínhamos quintal nem espaço. Eu não podia brincar na rua, minha mãe mal me permitia sair de casa dizia que não era seguro por causa das carruagens que passavam frenéticas.
Eu encontrei os gêmeos brincando com outras crianças no meio do vinhedo. Eu observei escondida "a guerra da uva".
Eles riam alto e se divertiam demais, tinham espaço para correrem muito e atirar uva uns nos outros. Brincadeira de meninos, muitos meninos.
Só depois chegaram algumas meninas e a brincadeira tornou-se uma algazarra só. Um dos gêmeos atirou um cacho inteiro na cara do irmão que caiu bem no meio do arbusto onde eu estava escondida atrás.
- Erik está fora! - gritou um dos meninos que parecia ser bem maior.
- Eu falei que você saía primeiro! - disse o outro aos risos enquanto empurrava Erik.
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Trewsky Brothers
RomanceRomance de época. Vários capítulos já prontos e em revisão. Não é hot. Sinopse: os gêmeos mais lindos e rebeldes da cidade não acreditavam quando seus pais diziam que se não tomasse rumo na vida seriam deserdados. Derek sempre acostumado a conseguir...