Capítulo Três

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Daniel

Fico olhando para o homem a minha frente por mais alguns minutos, e vejo que ele ficou surpreso por eu o ter respondido. Bem, se ele acha que pode me falar alguma coisa e eu aguentar calado, ele está bem enganado por isso. Não fui e nunca serei submisso as vontades de ninguém.

- Ótimo! Vamos falar sobre seu contrato. - Ele diz após um bom tempo em silêncio.

- Tudo bem. - Falo e me sento a sua frente.

- Você já leu o contrato? Tem alguma objeção a fazer? - Pergunta em um tom bem profissional, o que o faz ficar sexy como o inferno.

- Já li sim, e estou totalmente de acordo. - Respondo, nunca desviando os olhos dos seus. Estranhamente sinto uma conexão no seu olhar.

- Muito bem, então vamos assina-lo. - Ele diz e logo coloca o contrato e uma caneta a minha frente.

- Eficiente você, não?! - Pergunto com uma leve provocação na voz.

- Sempre! - Diz me olhando com bastante intensidade, mas desvio meus olhos dos seus, quando sinto um arrepio percorrer meu corpo. Foco meus olhos no contrato em minhas mãos e o assino.

- Prontinho senhor Ferraz. - Falo mordendo os lábios, enquanto lhe entrego o contrato. Vejo seus olhos se desviaram para minha boca e comemoro internamente.

- Obrigado senhor Marques. - Fala simples e eu vejo minha deixa para ir embora, mesmo não querendo. Queria ficar mais algum tempo admirando aquela maravilha de homem... pena ser tão arrogante!

Me despeço dele lhe dando um aperto de mão, e assim que nossas mãos se tocam, sinto um choque e percebo que ele também sentiu, pois fica me olhando alguns segundo até soltar nossas mãos. Sinto falta do seu toque, mas não falo nado. Me encaminho para a porta e quando vou abrir, não sei o que me deu que eu falo.

- Quando te olhei não foi com pena, e sim com desejo! - Falo e logo saio da sua sala.

Durante meu caminho para fora da agência, sinto meu rosto queimar de vergonha pelo que disse a ele. Nunca fui tão desbocado em toda minha vida.

Chego ao meu carro e respiro profundamente, antes de entrar e começar a dirigir. Como não tinha nada para fazer, passo em um mercado com a intenção de fazer algumas compras para casa. Apesar de ser modelo eu não fico me privando de uma boa comida e amo cozinhar, apenas sei balancear a quantidade e isso não é nada que a academia também não resolva.

Paro em um mercado próximo ao condomínio onde moro, e vou fazer minhas compras. Durante o tempo que fiquei por ali, algumas pessoas me reconheceram e pediram para tirar fotos comigo, o que eu fiz de bom grado. No começo eu demorei para me acostumar com esse assédio dos fãs, mas hoje em dia já virou rotina.

Volto para casa depois de todas as compras feitas e resolvo dormir um pouco, pois isso é um ótimo remédio para pele. Assim que já estou deitado em minha cama com apenas um shortinho curto e regada, me vem a cabeça aqueles olhos azuis.

Me pergunto porquê um homem tão jovem e bonito é tão amargurado. Entendo que um pouco se deve ao fato dele ser cadeirante, mas isso não o torna menos. Para mim ele continua sendo uma pessoa normal, mesmo naquela cadeira... continua sendo um homem, e que homem!... E com esses pensamentos acabo pegando no sono.

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Heitor Ferraz

"Quando te olhei não foi com pena e sim com desejo!"

Escuto essas palavras ecoarem por minha cabeça. Como desejo? Por que um modelo bonito como ele iria me olhar com desejo? Isso deve ser só mais um dos seus joguinhos de sedução... e agora ele deve querer testar com um cadeirante, para rir depois com os amigos.

Uma Nova Chance | Livro 01 [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora