Uma Nova Chance | Livro 01 [DEGUSTAÇÃO]

Capítulo Dezoito

Anjo Ariel na mídia!!!
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Daniel

Ver a alegria nos rostos daquelas crianças, me traz uma satisfação imensa. Queria ter podido chegar bem antes, e dar aquilo que elas mereciam, mas estou feliz de poder fazer isso agora e de ter livrado todos daquele verme.

Termino de conhecer cada uma das crianças, e começo a procurar por Heitor. Paro meu olhar quando o encontro e abro um sorriso vendo ele conversando com um menininho em um canto. Me levanto da cadeira onde estava sentado e me encaminho até eles.

- Oi! - Falo quando chego perto dos dois, olho para o garotinho e vejo que ele possui uma deficiência, em uma de suas perninhas. Assim que ele nota meu olhar, ele puxa o pequeno cobertor e encobre suas pernas. Percebo que ele me olha assustado e com lágrimas nos olhos.

- Ei meu anjinho, não me precisa se esconder de mim. Você é um garoto tão lindo para ter essa carinha de assustado. - Falo e me sento no chão, ficando de frente para ele que está em um pequeno sofá, e do lado de Heitor que está em sua cadeira de rodas.

- Ele diz que se acha feio gatinho, você  concorda? - Heitor pergunta sem desviar os olhos do garotinho.

- Jamais! Você é perfeito meu amor... mesmo sem sua perninha completa. Você acha o tio Heitor bonito? - Falo sorrindo e aponto para meu namorado.

- Sim! - Fala baixinho e me olha de baixo.

- Pois então! O tio Heitor, ele não pode mais usar as pernas dele para andar, e usa essa cadeira legal aqui, mas ele nunca deixou de ser bonito por isso. Foi fácil me apaixonar por ele, não acha?! - Falo fazendo graça no final, mas com a intenção de fazer ele entender meu ponto de vista.

- Eu ainda posso andar com a minha perninha boa tio. - Ele fala mais solto.

- Que bom meu amor, e vai continuar andando muito mais no futuro. - Falo passando minha mão em seus cachinhos.

- Entendeu que todos somos bonitos? Todos temos alguma deficiência, sendo ela de qualquer jeito... e todos são perfeitos a sua maneira, anjo Ariel. - Fala Heitor e o pequeno assente com a cabeça, bem concentrado em suas palavras. "Tão fofo!".

- Então nosso pequeno anjo se chama Ariel... que nome lindo! O meu é Daniel, mas pode me chamar de tio Dani. - Falo e vejo ele ficar vermelhinho com o elogio e aperto suas bochechas.

- Ou de tio gatinho.

- Heitor! - Falo o repreendendo e ouça  a gargalhada de Ariel, com o tapa fraco que dou no meu namorado.

Fiquei mais alguns minutos por ali conversando com Ariel, até ele reclamar de sono. Acabei pegando ele e o levando para o quarto, coloquei ele em sua cama e dei um beijo nele, me despedindo antes dele cair no sono.

Desço às escadas e acabo encontrando os novos funcionários. Tinha decidido contratar novos, pois não confiava nem um pouco nos antigos. Passei para eles o que iriam fazer por enquanto, até a irmã Rita chegar. Pois é ela quem dará  as ordens por aqui. Aproveito para decidir as últimas coisas referentes a reforma e dou tchau para as crianças, indo finalmente para casa.

Heitor foi dirigindo durante nosso caminho de volta, e estamos em um silêncio confortável. Acabei me lembrando do pequeno anjo que encontramos hoje lá naquele orfanato. Descobrimos que ele tem cinco anos, é um menininho muito doce e amável... só precisa de um pouco de carinho e amor.

Eu estou apaixonado por aquela pequena criatura. Ele parece tão frágil, e desacreditado já com pouca idade. Sua falta de auto-estima tão precoce, acabou comigo. Ele é um menino tão lindo, e só possui uma deficiência... que infelizmente nessa sociedade hipócrita, serve como um gatilho para o preconceito.