Heitor Ferraz
Se eu estou impressionado com o jeito que Daniel tratou Bruno? Estou sim, com toda certeza! Gostei do jeito que ele me "protegeu", ele parecia uma leoa defendendo sua cria e isso me deixou mais apaixonado por ele. Claro, levei um susto quando vi Bruno e Renato parados ao nosso lado... fazia anos que não via os dois, para ser mais exato desde o dia em que peguei os dois me traindo. Senti uma raiva muito grande quando vi os dois, mas não foi por ter sentimentos fortes como antes, e sim porque eu queria apenas distância daqueles dois, que para mim morreram há muito tempo.
- Estava pensando em um desfile beneficente, o que acha? - Pergunto enquanto ele está entretido com a sobremesa.
- Isso é perfeito Heitor! Existem várias entidades que podem ser ajudadas. - Ele fala sorrindo em entusiasmo.
- Sim, e o que acha do orfanato que você cresceu ser uma dessas entidades a serem ajudadas? - Pergunto e presto atenção na sua reação de surpresa.
- Está falando sério?
- Com certeza! Você fala com tanto carinho daquele lugar e eu acho que a madre ficaria feliz se mais pessoas contribuissem para o melhor das crianças e jovens de lá. - Eu falo sorrindo, e vejo ele retribuir com um sorriso gigante.
- Obrigado! - Ele fala e posso ver sua emoção.
- Não precisa me agradecer, e aliás eu quero conhecer o lugar onde você viveu tantos anos. - Digo, pois tenho mesmo muita vontade de conhecer o lugar que ele sempre fala com tanto carinho e amor.
- Claro, podemos ir mais tarde se quiser... aproveitamos que é sábado e podemos ficar mais tempo com as crianças. Você vai adorar a madre! - Ele diz empolgado e depois disso vai citando uma lista de coisas a fazermos e outra de pessoas que preciso conhecer.
Saímos do restaurante pouco tempo depois, seguindo rumo ao famoso orfanato. Assim que chegamos depois dele me ensinar o caminho, fico impressionado com o cuidado e zelo que eles mantêm o lugar. As vezes quando pensamos em um orfanato, logo vem a cabeça um lugar triste, mal cuidado e sombrio, mas ali a realidade é totalmente diferente... o lugar possuí vida!
Logo estávamos entrando e eu já podia avistar várias crianças brincando pelo pátio. Cumprimentei algumas crianças, que estavam impressionadas por eu andar em uma cadeira que tinha rodas. Achei até graça da inocência de algumas ali, e me senti alegre com aquilo, apesar de as crianças mais velhas me olharem como se fosse algo de outro planeta. Daniel nos guiou até uma sala, que tinha uma plaquinha indicando a sala da diretora, ele deu algumas batidas na porta e logo uma voz feminina nos pediu para entrar. Assim que entramos, me deparo com uma senhora de sorriso e rosto amigável, olhando para nós dois. E em alguns segundos ela e Daniel se cumprimentam com um abraço bem carinhoso.
- Você deve ser o Heitor, estou certa? - Ela pergunta enquanto foca seus olhos sobre mim.
- Sou eu mesmo madre, é um prazer conhecer a senhora e o orfanato onde Daniel viveu durante tantos anos. - Falo e estendo minha mão em sua direção, e ela logo aperta.
- O prazer é todo meu. Bem... se estão aqui juntos, isso significa que os dois se acertaram, não?! - Ela pergunta simples, como se estivesse me perguntando como está o clima. Fico surpreso por ver que ela não demonstrou nenhum tipo de preconceito a nós dois, e isso me surpreende ainda mais por ela ser uma religiosa.
- Ah sim madre, estamos. Mas esse aí me deu um trabalho que nem conto para a senhora viu! - Daniel fala de seu jeito, como sempre despreocupado e sem abandonar o sorriso.
- Daniel, por favor se comporta. - Falo chamando sua atenção e ele faz um gesto de desdém com a mão, e a madre sorri com o seu jeito.
- Não se preocupe meu filho, eu criei Daniel e já estou acostumada com seu jeito desbocado de ser. - Ela diz achando graça do meu embaraço.
- Amor relaxa! Agora vamos falar da sua ideia, o que acha? - Ele fala e senta em uma cadeira ao meu lado e entrelaça nossas mãos. Olho a expressão da madre e apenas vejo o sorriso estampado em seu rosto, me trazendo tranquilidade.
- Você fala, já que é mais exibido. - Falo já fazendo graça, pois esse momento está me trazendo uma descontração boa.
Daniel começa a explicar a ideia que tive para dona Tereza, que se emocionou bastante pelo gesto e nos agradeceu bastante. Eu queria muito que mais pessoas tivessem a iniciativa de ajudar as pessoas que precisam. Depois de mais um tempo ali conversando, decidimos passar um tempo com as crianças. Algumas ficaram meio acanhadas quando me viram, mas logo todas as pequenas queriam dar uma volta comigo na cadeira de rodas.
Fomos embora horas depois, quando Dani recebeu uma ligação de Eduardo avisando que tinha um advogado a sua espera em sua casa. Vi que ele ficou bem apreensivo e preocupado, e eu também ficaria em seu lugar... tendo um advogado a minha espera em pleno sábado na minha casa.
Chegamos em seu prédio minutos depois, e subimos rápido em direção ao seu apartamento. Assim que entramos, nos deparamos com um homem de meia idade, com uma boa aparência e que apesar da cara séria, possuía um olhar simpático e amigável.
- Boa tarde, eu sou Daniel Marques. - Dani fala estendo a mão em sua direção e ele logo aperta.
- Boa tarde senhor Marques, eu sou Pedro Cavalcanti, deve estar curioso por eu estar aqui em um sábado e eu irei lhe explicar. - Ele diz olhando para nós dois.
- Confesso que sim, estava em um programa com meu namorado e não esperava uma visita desse tipo. Sente-se! - Ele pede e o homem se senta em um sofá a minha frente, enquanto Dani se senta ao meu lado. Percebi que Eduardo estava em um canto da sala observando tudo com certa preocupação, e devo confessar que eu também.
- Eu vim aqui hoje pois o assunto é de extrema urgência, e ele se chama Vinícius Marques!
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Daniel
Olho para a cara do advogado a minha frente, tentando entender o que ele quer dizer. Vinicius Marques, não é um nome que me cause clareza, tenho certeza que não conheço ninguém com esse nome... apesar de possuir o mesmo sobrenome que o meu. Será um parente que não conheço?
- Desculpe, mas não conheço ninguém com esse nome. - Falo, me sentindo nervoso com tudo isso. Sinto Heitor entrelaçar nossos dedos e isso me trás um leve conforto.
- Eu já imaginava que não, ele é seu irmão. - Ele diz olhando em meus olhos e eu penso que está brincando comigo, mas vejo a verdade em seus olhos.
- Mas eu não tenho nenhum irmão, meus pais morreram há dezoito anos atrás, isso é simplesmente impossível senhor Cavalcanti. - Falo com a voz meia falha... Não estou acreditando em tudo isso.
- Sim seus pais morreram de fato, mas deixaram um pequeno e você para trás. Quando seus pais sofreram aquele acidente, seu pai morreu na hora, mas sua mãe não. No hospital fizeram de tudo para salva-la, mas ela acabou tendo morte celebral..., mas o que ninguém sabia, era que ela estava grávida de dois meses e por milagre o feto não sofreu um aborto. Os médicos se empenharam em salvá-lo, então mantiveram sua mãe viva até o bebê estar forte o suficiente para nascer. Você foi para o orfanato por não ter nenhum parente próximo, mas infelizmente seu irmão não pode ir para o mesmo lugar que você e acabou indo parar em um orfanato no interior aqui de São Paulo. E agora ele está prestes a completar dezoito anos e terá que ir embora, infelizmente o lugar onde ele está, não é como o que você cresceu... lá pode ser bem cruel e eles não se importam se você tem lugar para ficar ou não quando sair de lá. E por isso estou aqui hoje, descobrimos sobre você, e que é a única pessoa que pode ampara-lo no momento. - Ele fala e sinto minha cabeça girar com todas aquelas informações. Como pude passar anos da minha vida pensando que estava sozinho, quando tenho um irmão que precisa de mim... assim como preciso dele?!
- Ele fica comigo! - Falo tomando minha decisão.
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Caramba! Essa foi uma grande surpresa, não?!
Bjus da Juh 😘😘
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Uma Nova Chance | Livro 01 [DEGUSTAÇÃO]
RomanceEm Uma Nova Chance você irá conhecer e se apaixonar pela história de Daniel e Heitor. Duas almas que vão se encontrar pelo caminho da vida, e que irão descobrir ser o encaixe perfeito um do outro. Daniel é um modelo famoso e que busca encontrar o ve...