Daniel
Estou sentado no meu sofá, com um pote de sorvete no colo e lágrimas caindo. Quem me ver assim, vai saber na hora que estou na fossa, e é isso mesmo! Tudo por culpa daquele lindo, ridículo do Heitor. Aquele IDIOTA que não acreditou em mim, e que agora está me fazendo chorar, como se eu fosse alguém que acabou de levar um toco do namorado. "E Daniel seu lerdo, foi de certa forma isso que aconteceu!"
- Que raiva daquele idiota, tapado, que não enxerga as coisas óbvias. - Falo, e dou mais uma colherada no meu sorvete de flocos.
Escuto a campanhia tocar, e me levanto do sofá, enxugando meu rosto molhado. Devo estar com uma aparência de dar medo, mas nem tô ligando para isso no momento. Assim que abro a porta, levo um susto por ver Heitor parado com um arranjo de flores na mão. Tão lindo, mas não posso ceder fácil assim, ele me magoou demais.
- O que faz aqui? - Pergunto um pouco ríspido.
- Vim te pedir perdão. - Ele diz, quase fazendo uma cara de cachorro que caiu da mudança, mas não vai me convencer assim.
- Acha que é só fazer a burrada, e depois vir aqui pedir desculpas com flores? - Falo com raiva, mas pego as flores de sua mão, pois são orquídeas... e eu amo essa flor.
- Eu sei que mereço sua raiva, mas me de uma nova chance e eu prometo não errar mais com você. Pra mim é difícil ainda... depois de tudo que me aconteceu, ver aquela cena me deu medo. - Ele diz com aflição estampando seu rosto.
- Medo de que? - Pergunto, olhando fundo em seus olhos.
- De perder você por eu ser assim. - Ele diz frustrado.
- Você vai me perder se continuar tendo atitudes desse tipo. Estava óbvio que aquele desgraçado do Thiago me agarrou a força, mas você ficou cego para ver aquilo.
- Por favor, só mais uma chance! Eu prometi ao meu pai e prometo de novo para você... nunca mais cometo um erro desses. Eu confio em você Dani, só não queria aceitar. - Ele fala, e percebo que está sendo sincero.
- Ok! Só mais uma... se errar mais uma vez, não adianta nem vir atrás. - Falo sendo duro em minhas palavras, mas no fundo eu sei que não é bem assim que funciona, pois eu o perdoaria de qualquer jeito... só não deixaria ele saber disso.
- E para selar essa promessa quero te pedir uma coisa.
- O quê? - Pergunto curioso.
- Namora comigo? Seja meu? - Ele pergunta bem sério, e eu fico fora do ar com isso. "Sério isso produção?" "Esse gato a minha frente está me pedindo em namoro?!".
- Você está falando sério? - Pergunto, pois preciso confirmar que eu não estou ficando louco.
- Nunca falei tão sério na vida. Olha, pra mim hoje estar te pedindo isso, é uma luta... pois eu tinha prometido a mim mesmo que nunca mais me apaixonaria por ninguém, e aí apareceu você e mudou tudo. E eu me permiti me dar uma nova chance com você. - Ele diz, e não contenho as lágrimas.
- É claro que aceito, eu sinto dentro de mim que é você... aquela pessoa! Vamos viver isso juntos, sem desconfianças, sem deixar que pessoas de fora estrague o que temos. Vamos nos apoiar um no outro a partir de agora. - Falo, e me jogo em seu colo, tomando seus lábios em um beijo apaixonado, em que demonstro tudo o que disse.
- Vamos entrar? Daqui a pouco os vizinhos reclamam. - Ele diz brincalhão, depois de terminar nosso beijo.
- Desculpa... vem! - Abro espaço para ele passar com a cadeira dele. Fecho a porta, e deixo ele na sala, indo em direção à sala de jantar e coloco minha orquídea bem no centro.
- Bonito seu apartamento, bem amplo também. - Ele diz enquanto observa tudo.
- Sim, sempre gostei de coisas grandes. O bom é que você pode se locomover sem problemas aqui também. - Falo contente, pois o seu conforto é ideal para mim.
- Me sinto bem por isso, não gosto muito de sair por conta da acessibilidade, que não se encontra muito por aí. - Ele diz e posso notar insatisfação em sua voz.
- Isso é verdade, acho isso uma falta de respeito com os cidadãos que tem algum tipo de limitação, pois todos somos iguais e não podemos ser deixados de lado assim. - Falo expressando minha indignação, me sentando no sofá a sua frente em seguida.
- O que acha de deixarmos esse papo de lado e focar na gente? - Ele pergunta com um sorriso, e concordo na mesma hora.
Me sento em seu colo e ele passa seus braços por minha cintura, logo começando a me beijar. Nossos beijos são bem intensos e famintos, nunca me senti tão bem beijando alguém.
Sinto uma protuberância pressionar minha bunda, e me sinto quente por saber que eu causei aquilo. Fiz uma pesquisa assim que conheci Heitor, e descobri que é bem difícil em alguns casos o cadeirante se excitar e manter uma ereção, mas quando se faz um tratamento adequado isso se torna algo possível e nornal.
- Acho que alguém se animou. - Falo sorrindo, enquanto beijo seu pescoço.
- Dani, você se importa de pararmos? - Ele pergunta, e percebo que está com vergonha... e já até imagino o porquê.
- Podemos sim, mas eu quero que você saiba que eu não me importo de você estar em uma cadeira. Vou repetir mais uma vez... você é um homem perfeito, só tem limitações, e eu quero me adaptar a essas limitações com você. - Falo passando minha mão em seu rosto, e sinto sua barba pinicar minha mão.
- Obrigado por ser perfeito como é, eu sei que nem te mereço, pois você é um verdadeiro tesouro perdido que eu encontrei. Só peço um pouquinho mais de calma... desde o acidente, e que fiquei paraplégico, eu nunca mais estive com ninguém, e não sei quais são os meus limites. - Ele diz e desvia o olhar por um estante, sei que ele está constrangido então resolvo aliviar o clima.
- Que tal um filme, meu namorado? - Pergunto sorrindo.
- Perfeito namorado! - Ele retribui meu sorriso.
Ele passa seu corpo para o sofá, e deixo ele escolhendo o filme que vamos ver, enquanto faço pipoca para nós dois. Volto alguns minutos depois com uma bacia de pipoca e refrigerante, vejo que ele escolheu um filme de terror... e nem pagando vou assistir aquilo.
- Heitor! - Falo em tom de repreensão, e ele me olha sem entender.
- O que eu fiz? - Ele pergunta com uma cara tão fofa.
- Escolheu esse filme aí... eu não quero! - Digo fazendo bico, me sentando ao seu lado.
- Não vai me dizer que tem medo gatinho? - Ele pergunta com certo deboche.
- Gostei do gatinho, mas voltando aqui senhor Ferraz... tenho sim! - Falo, e ele solta um risinho, o que me deixa indignado.
- Não fica assim, eu te protejo. - Ele diz me abraçando.
- Se eu ficar com muito medo, vai dormir comigo. - Falo sério.
- Com o maior prazer! - Fala sorrindo, e me sinto derreter com seu sorriso.
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Oi jujubas... espero que tenham gostado!
Bjs da Juh 😘😘
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Uma Nova Chance | Livro 01 [DEGUSTAÇÃO]
RomanceEm Uma Nova Chance você irá conhecer e se apaixonar pela história de Daniel e Heitor. Duas almas que vão se encontrar pelo caminho da vida, e que irão descobrir ser o encaixe perfeito um do outro. Daniel é um modelo famoso e que busca encontrar o ve...