- 11 -

116 7 0
                                    

~ Harry POV ~

   – Então, como andam as coisas? – Nick sussurra.
   – Como assim? – pergunto não entendo o porque do sussurro.
   – Você sabe, as coisas entre você e o Marrentinho. Como estão? – perguntou ele com um sorriso debochado.
   – No caso não estão indo. Eu não sei como agir do lado dele.
   Nick e eu estávamos a um tempo apenas sentados no sofá de casa. Os meninos tinham saído agorinha e o Louis estava no terceiro andar.
   – Fala sério, não vai dizer que ainda nem contou pra ele?! – o ruivo revira os olhos enquanto fala.
   – Claro que não, ele não entenderia e isso afastaria ele de mim! – digo já me irritando com o rumo da conversa.
   – Harry você tem que falar com ele logo, essa é a chance que você tanto esperava ter, agora tá finalmente cara a cara com ele.
   – Eu sei okay! – digo me levantando do sofá – Ele tá morando aqui, tenho todo o tempo do mundo pra conversar sobre isso. – vou andando em direção a cozinha.
   – O que te impede de fazer isso agora? – Nick pergunta um pouco alto demais.
   Me viro na sua direção e paro pra pensar na sua pergunta.
O que me impede?
   – E então? por que não faz logo isso? - o ruivo insiste após uma longa pausa da minha parte.
   – Porque quero ter certeza de que ele ainda é o mesmo. – digo encontrando o motivo.
  Não quero nem pensar em como o Lou vai reagir quando souber, mas sei que essa história vai ter que vir átona, o Louis tendo mudado ou não. E isso me assusta pra caralho!

~ Louis POV ~

Resumo da minha manhã: acordei mais perdido que o homem invisível tentando se olhar no espelho, pois eu lembrava de ter dormido no ombro do Harry, só que eu havia acordado no meu quarto; Bati meu dedinho do pé tentando descer a escada; Cai da bancada mais uma vez e quase queimei o café da manhã que tentei fazer pros meninos.

Depois do pequeno desastre que foi a minha manhã, Niall veio me dizer que eu precisava fazer um quadro novo para a minha primeira exposição na galeria.
   Se isso me pegou de surpresa? Claro que não, imagina. 😐
Nialler disse que o Ron queria que eu já sentisse um pouco da rotina que é ter de fazer obras assim do nada. Confesso que ter de criar algo aleatoriamente assim não é muito confortável, mas de certa forma é incentivador, pois assim posso treinar a minha criatividade e tudo mais.
Já fazia um tempo que eu estava no meu quarto do terceiro andar, o qual eu preferi chamar de estúdio. Eu já tinha feito três sketches mas nada parecia bom o suficiente para a minha estreia na galeria. Eu queria que a minha primeira obra expressasse quem eu sou como artista e o que eu sou capaz, mas isso era difícil de se conseguir assim de uma hora para a outra.
   Enquanto decido o que fazer, do nada um cacheado aparece na porta chamando a minha atenção.
   – Toc, toc. – Harry diz enquanto se escora na porta do cômodo.
   – Acho que não é assim que se faz. – digo rindo.
   – Bater na porta já é algo passado! – o cacheado responde também rindo.
   – Claro, como eu pude me esquecer que hábitos comuns do dia a dia são tão retrôs?!
   – Totalmente retrôs! – Harry enfatiza dramaticamente.
   Nós dois rimos por um momento até que Harry decide entrar totalmente no estúdio.
   – Niall falou sobre a sua primeira exposição. Como tá indo? – ele pergunta se aproximando da tela em branco na minha frente.
   – Horrível! Eu não sei o que fazer, to literalmente perdido.
   – O Zayn ficou assim também na primeira exposição dele, lembro que ele ficou sem dormir por dois dias só para conseguir algo bom o bastante. – Harry diz ainda olhando fixamente para a tela em branco.
   – E qual foi o resultado final? – pergunto no intuito de conseguir inspiração.
   – Sabe aquela estátua que ele tava te mostrando? – aceno que sim com a cabeça – Então, foi a primeira obra que ele expôs.
   – Não brinca! Ela é incrível, nem sei como ele conseguiu fazer aquilo assim do nada.
   – Eu tava numa fase bem densa e exalava um lado meu não muito bom. Meus sentimentos estavam mais que expostos nessa época, então ele acabou me pedindo pra posar pra ele. Daí a estátua surgiu! – Harry toca a ponta do indicador no quadro em branco à nossa frente – Ele disse que precisava de um sentimento forte. Não um pessoal, mas sim um alheio. – ele foca seus olhos no vasto branco da tela.
   Eu não sabia como responder, afinal, a escultura tinha me parecido estranhamente familiar, mas nunca pensei que pudesse ser o Harry ali.
Pensando agora sobre o tal dia em que vi a estátua, a forma como a escultura ecoava beleza através da escuridão não parece certa. O Harry na minha frente não é tão sombrio quanto o Harry representado pelo Zayn.
   Esse assunto fez com que as palavras que o Zayn havia dito naquele dia, me viessem claramente:

   – Não é tão difícil... tudo o que tem que fazer é enxergar a alma de quem está esculpindo.

   Era isso, eu precisava de um sentimento forte, um sentimento bom e recente.
   – Acho que já sei o que fazer! – digo olhando para Harry.
   – O que? – o Cacheado pergunta olhando diretamente nos meus olhos.
   – Eu quero representar um sentimento forte, algo que apreciei sentir e compartilhar tanto no momento que aconteceu, quanto agora.
   – E qual seria esse sentimento?
   – Felicidade. A muito tempo eu não me sentia tão feliz e brincalhão quanto no dia em que você me abraçou no topo da escada.
   – Hun? Como assim? – Harry perguntou rindo levemente e parecendo surpreso.
   – Eu não sorria assim com alguém faz um bom tempo, nem mesmo o Niall conseguiu me fazer rir daquele modo. Não desde que meus pais morreram. – digo não quebrando o contato visual.
   – Bem... eu... eu fico feliz que tenha te feito bem. – Harry diz coçando a nuca e corando.
   – Eu também. Muito obrigado Rihappy. – digo dando um soquinho de leve no braço de Harry.
   – Rihappy? Que merda é essa? – Harry pergunta rindo alto.
   Mas que ótimo, agora ele sabe sobre o apelido. Muito obrigado boca grande!
   – Não é nada, só um apelido carinhoso. – digo corando enquanto dou risada.
   – Então, qual a ideia? - pergunta ele com um sorriso diferente no rosto.
   – Acho que vou fazer algo novo, diferente do que to acostumado.
   – E no que eu posso ajudar senhor? – Harry pergunta arqueando as sobrancelhas.
   – Vou precisar dos seus abraços!

Call It What You Want • l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora