~ Louis POV ~
Flores. A primeira coisa que vejo ao abrir meus olhos, são flores. Elas são azuis com um tom lilás, tendo folhas transparentes pela sua extensão cor de creme. São um tipo muito inusitado, devo admitir.
Estou deitado, em algum lugar que não conheço. Me sento e percebo que me encontro em um quarto branco. Não tem portar e nem janelas, apenas paredes lisas. A fonte de luz sobre mim é intensa, quente e amarelada. Não tenho muito tempo de raciocinar direito ou de olhar melhor em volta, pois de repente meu corpo começa a se elevar.
Estou flutuando. Como isso é possível? Aonde estou?
Olho para baixo e noto que em meio às flores — que se encontravam apenas em um círculo pequeno no centro do cômodo — ,estão Niall, Harry, Zayn, Liam e meu irmão, Jeff. Eles me observam com um olhar indiscritível. Todos estão de azul, fazendo contraste com as flores envolta de si. Estão deitados e quietos.
Não estavam lá agora a pouco.
De repente um clarão ofusca minha vista e então não estou mais em um quarto. Ainda consigo enxergar o cômodo embaixo de mim, porém estou acima dele. Bem acima. Envolta de mim agora vejo a cidade de Londres, cintilante e nevosa. O frio não me atinge, mesmo que eu esteja quase entre as nuvens.
Para onde estou indo? Porque os meninos não me seguiram?
Olho para cima e o céu se encontra azul. O sol não machuca meus olhos quando o encaro no horizonte. Seis raios de luz me envolvem de um modo quente e confortável. Deixo meu corpo se mover livremente enquanto subo cada vez mais.
– Quanto tempo, Loto! – escuto uma voz familiar ao longe.
Esse apelido... essa voz... não pode ser!
– Não esperava te ver tão cedo. – a voz ecoa mais uma vez.
– O... Olly? – meus olhos marejam.
– Oi, meu bem. – um suspiro leve penetra meus ouvidos, me fazendo estremecer.
– Mas... mas como... co... – não consigo formar uma frase.
Olho para cima e tudo que encontro é o céu. Procuro envolta e não vejo nada além de nuvens. Embaixo de mim apenas uma mancha escura, Londres, distante e inalcançável.
– Se acalma. Está tudo bem, amor! – a voz ecoa tão nítida que me arrepio.
– Olly, me desculpa! Eu... eu nunca quis que... – o passado me atinge fortemente.
– Loto, não faz isso! Você sabe que não teve culpa em nada!
As lágrimas caem deliberadamente sobre minhas bochechas. Aperto meus braços em volta de mim mesmo, não entendo tudo o que sinto.
– Cadê você? Não te vejo! – continuo a procurar.
Estou mais alto do que nunca. O sol brilha mais forte agora.
– Você quer me encontrar?
– Ób... óbvio que sim, Olly! – minha voz está embargada pelo choro.
– Então estica sua mão até mim! Estou atrás da luz!
Olho em volta e fico mais confuso.
– Como assim? Olly, o que está acontecendo?
– Só estende a sua mão até a luz, e eu te puxo pros meus braços, amor! – ele também soa emotivo.
– Só vejo o sol. Não pode estar falando sério, né? – a esse ponto nem sei mais o que pensar.
– Se quiser mesmo me ver... se estiver mesmo pronto... vai saber onde me encontrar!
Então um lapso de cores atinge meus pensamentos. As cores variadas se misturam de um modo aleatório, até que começam a formar imagens. Lembranças, para ser exato. Vejo Niall sorrindo e correndo, acho que ele tinha 6 anos. Seu macacão azul brilha. Logo tudo se embaralha novamente, e então Harry aparece. Seu rosto bem próximo do meu, ele sorrindo enquanto o verde esmeralda dos seus olhos vibra. Meu coração se aperta. Daí, em questão de segundos, os meninos aparecem juntos, todos lado a lado me encarando alegres. Liam e Zayn cintilam com seus cordões vermelhos.
– O que aco... acontece com eles? – indago involuntariamente.
– Eles?
– Meus amigos. Niall, Zayn, Liam e Harry.
– Para onde vamos, eles não podem vir junto!
– Porque? – sinto uma dor incomum no peito. Quase como um choque.
– Não sou o bastante para você, Loto? Precisa mesmo deles?
– Eu... eu te amo... mas também amo eles. Não posso deixá-los! –sinto a dor novamente.
Aperto meu peito, incomodado com a sensação estranha. Voar não me parece mais agradável.
– Porque não? – sua voz soa triste.
– Porque eu não poderia escolher entre vocês!
Meu corpo para no ar. Não estou mais subindo. O sol já não parecesse mais o mesmo.
– Entendo... você não está pronto ainda. Tudo bem, eu posso esperar mais um pouco por você.
– Como assim? – uma ardência atinge meu peito, me causando um urro de desconforto.
Agora que olho em volta, percebo um tom mais escuro no céu. As nuvens parecem mais carregadas.
– Até logo, amor. Você sempre será meu Loto!
Então o clarão volta, mas dessa vez me causa uma sensação de dormência. Os feixes de luz que me atingem tem um efeito diferente, quase anestésico. É questão de segundos, e então tudo fica escuro e silencioso.~ • ~
– Eu te amo! – um sussurro me desperta. Um sussurro rouco e falho.
Estou acordado e de olhos fechados, pois não sei se quero abri-los. Sinto uma dor enorme pelo meu corpo. Uma ardência familiar toma conta do meu peito.
– Acredite, se eu tiver mais uma chance... vou fazer diferente! Vou cuidar melhor de ti! Vou ser sincero sobre o porquê te amo! – a voz soa novamente do meu lado.
Um barulho metálico e estridente toma conta do local — seja lá onde eu estou. Escuto alguns passos e um suspiro pesado também.
– Vem. Você precisa descansar, Hazza! – uma voz diferente soa arrastada.
– Harry? – sussurro preocupado, com as memórias de um acidente e uma perseguição invadindo minha mente.
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Call It What You Want • l.s
FanfictionApós ser expulso de casa pelo seu irmão, Louis Tomlinson, um jovem de 19 anos sem rumo, decide aceitar a proposta de seu amigo para ir morar em Londres. Mas ao chegar na Inglaterra Louis acaba por descobrir que não dividirá uma casa somente com seu...