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~ Louis POV ~

   – Não querendo ser chato... mas o que você esperava disso? – Harry perguntou rindo.
     – Achei que fosse dar certo. – respondi também rindo.
Já faziam uns 20 minutos que eu tinha posto em prática minha "genial ideia" de transformar os abraços de Harry em arte.
   O primeiro passo foi jogar tinta nele, o que confesso que foi a parte mais divertida já que acabamos tendo uma pequena guerra de tinta. Que a propósito eu ganhei sem nem me sujar. O segundo passo foi pedir para que Harry abrasasse algumas telas, assim teria mais de uma opção e a melhor seria a escolhida.
Admito que no fundo achei que não fosse dar certo, mas outra grande parte de mim esperava que funcionasse. Infelizmente no fim das contas as telas acabaram transmitindo mais uma sensação de dor de barriga do que de felicidade.
– E agora? Nada saiu como o esperado e eu não tenho muito tempo sobrando. – digo frustrado enquanto olho as horas no meu celular.
– Não se cobre tanto, olha em volta... tem muitos quadros incríveis aqui, você tem capacidade de fazer algo tão incrível quanto, só precisa se soltar! – Harry tenta me animar enquanto apontava para alguns trabalhos pendurados pelo cômodo.
– Eu não acho que consigo fazer isso, eu preciso de algo que mostre meu potencial e minha essência, mas não é nada fácil. – digo indo em direção à Harry.
– Pelo menos tivemos um tempo legal. Só é uma pena que perdi uma das minhas camisetas preferidas. – ele faz uma careta engraçada.
– Me desculpa, foi uma ideia boba. – levo minhas mãos ao meu rosto.
– Tudo bem, foi minha culpa, eu devia ter pensado em tirar ela antes. – Harry diz se aproximando de mim e tirando minhas mãos do meu rosto – E a sua ideia não foi tão boba assim, só excêntrica demais. – o cacheado diz rindo levemente.
– Obrigado por tentar me fazer se sentir melhor, mas eu ainda tenho que fazer alguma coisa. – digo ainda evidentemente frustrado.
– Um abraço ajudaria? – Harry pergunta de braços abertos.
– Não, não, não. Sua blusa ainda tem muita tinta fresca, vou ter que recusar. – digo levemente me afastando.
– Se esse é o problema... – Harry começa a tirar a camisa – Então pronto! – o cacheado joga o tecido sujo de tinta longe.
– Que? Isso é sério? – pergunto rindo.
– Qual é, agora não pode recusar. Eu sei que você quer! – ele se aproxima de braços abertos com um sorriso sapeca.
– Não, não, não, não, não! – me afasto mais – Sai seu estranho pervertido! – digo rindo da situação totalmente inusitada.
Harry apressou o passo e veio logo me apertando com tudo, o que me fez dar alguns socos no seu braço, afinal eu não estou acostumado com abraços vindos de caras sem camisa. Mas de alguma forma Harry fazia a situação parecer menos desconfortável e mas fofa, então me dei por vencido e acabei devolvendo o abraço em meio a risadas.
   Depois de alguns segundos Harry se afastou um pouco sem me soltar e olhou diretamente nos meus olhos, ainda rindo levemente assim como eu.
   – Porque estamos assim? – pergunto já sentindo minhas bochechas corarem.
   – Pra ser sincero, eu não sei. – Harry responde rindo, não me soltando em nenhum momento – Mas parece certo de alguma forma.
   – Você costuma agarrar pessoas aleatoriamente? Porque essa já é a segunda vez. – arquei uma sobrancelha.
   – Só as que me interessam! – um sorriso malicioso surge novamente no seu rosto, o que me faz corar mais ainda.
   – Eu preciso recomeçar o quadro. – coloco minhas mãos no seu peitoral tentando o afastar, o que é em vão já que Harry é mais forte.
   – E o que você vai fazer? O que vai pintar? – o cacheado pergunta olhando nos meus olhos.
   – Eu não sei, acho que vou tentar expressar um sentimento forte mais uma vez. – respondo olhando nos seus olhos verdes.
   – E qual sentimento seria esse? – Styles se aproxima mais.
   – Eu não sei ainda. – coro mais um pouco.
   – Eu poderia te sugerir um? – Harry pergunta bem perto do meu rosto, apenas a centímetros pra ser exato.
   – Qual? – pergunto sentindo minha face queimar violentamente.
   – Esse... – e de repente seus lábios se juntaram aos meus.
   BEIJO. TÁ ROLANDO UM BEIJO!😳
  Estamos mesmo se beijando e mal nos conhecemos direito. Isso não é algo comum, eu sei que não, ninguém sai beijando um desconhecido assim. Ainda mais quando Harry é o desconhecido.
  Tá que ele não é um total desconhecido, mas mesmo assim não trocamos tanto contato para que isso fosse "normal". Porém... apesar de tudo, Harry faz parecer como se nossa situação fosse tão natural, como se tivéssemos algum tipo de conexão, o que faz com que eu acabe não me contendo.
   Decido parar de pensar e apenas foco no beijo, que logo se encerra com um leve selinho da parte de Harry. Estabilizamos contato visual e ele não me larga por nem um segundo sequer.
   – E... – mal digo uma palavra pois Harry me corta colocando um de seus dedos sobre os meus lábios.
   – Não diz nada ok? Apenas usa esse momento ao seu favor, sinta o que eu sinto... te dou permissão de fazer do meu sentimento a sua obra. – ele sorri de lado e me dá mais um selinho.
   Nos afastamos e eu nem sei o que pensar, apenas sinto muitas coisas ao mesmo tempo e decido fazer o que Harry disse. Pego uma tela nova e deixo ela sobre o cavalete, coloco algumas cores na paleta, pego um pincel limpo e fecho os meus olhos. Tento transformar tudo o que sinto em cores e formas, canalizo tudo em uma única lembrança... a dos lábios de Harry nos meus.

Call It What You Want • l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora