Ainda "amo" ela

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    Segunda-feira, tortura novamente conforme Tronco! E ... em especial nessa segunda teria tortura!
Ele tentava entrar sorrateiramente na escola. Os alunos não o viam por ser muito silencioso, mas conseguia vê-los perfeitamente. E assim ... a viu! Continuava com o cabelo loiro, as roupas particularmente curtas e a maquiagem perfeita. O coração dele acelerou, começou a suar um pouco. Suas bochechas se tornaram levemente rosadas. Ficou paralisado por um momento e correu para a sala.
Esbarrou em alguém no caminho:
— Desculpe, você legal?
— Claro, não sou como certas pessoas que desmaiam e vão parar no hospital ... — brincou
Piscou com força:
— Poppy!?
— Em carne, osso e glitter!
     Se encararam por um momento. Ele ficou desconcertado com a cor dos olhos dela. Eram cor de mel com um toque de vermelho. Tinha que admitir, ficou nervoso olhando ela nos olhos ... também porque odiava a cor azul-marinho que os próprios possuíam:
— Como ... o que você fazendo aqui!?
— ... Um colega me deu um soco no meu ombro ... o papai exagerou e me trocou de escola na hora!
— ... Não sabe o que faz- ...
     De repente, um peso o empurrou para o lado; e como o garoto não preveniu o ato, caiu com tudo no chão:
— Então acabou no hospital ...? — debochou Creek
     Poppy ajudou Tronco a levantar:
— Qual o seu problema!?! — disse ela
— De nada por te salvar desse assassino!
— Por acaso você tem provas irrefutáveis de que ele realmente fez isso!!? E aproveite para me explicar um bom motivo para ele ter feito!!!
     Abriu a boca para revidar, mas fechou em seguida, sem encontrar um argumento válido para a observação da garota. Tronco foi para sua sala, com as mãos nos bolsos. Sentou na última cadeira, "colada" na parede. Nuvem pegara uma gripe, então faltou naquele dia. Poppy descobriu que estaria na mesma sala que ele, e pegou a cadeira na frente dele.
E então ... "ela" chegou. Rodeada pelas "populares" da sala e um ou dois meninos babões na cola. O coração de Tronco quase lhe saía pela garganta! Pela primeira vez em meses, sentiu calor. Puxou mais o capuz para esconder seu rosto, mas a tática não funcionou!
Ela virou a cabeça e sorriu como sorrira no primeiro por do Sol que assistiram juntos:
— Tronco!?
O mencionado apenas olhou para o lado. A garota andou até ele, a sala toda observando atentamente:
— E ... como vão as coisas?
Não respondeu:
— Ainda ... bravo pelo telefonema, né?
"Imagina"!!
Ela ficou curiosa:
— Tronco Gatti sendo sarcástico!?
— As pessoas mudam muito em um ano, principalmente quando você passa sete meses desse período na CDP!! — respondeu frio
— ... Desculpa pelo que disse naquele dia ... você tinha razão, e com certeza passar um ano sem notícias da ex e terminar com ela daquela maneira não ajudou- ...
— Não preciso que ninguém fique com pena de mim!! Se importaria de se sentar com os seus amiguinhos e me deixar como fez a um ano!?!
— Como assim amiguinhos ?! Eu NUNCA te traí!
— Se estávamos namorando oficialmente, não fez mais do que deveria!! E quando eu REALMENTE precisei de ajuda ... quando me prenderam com provas TÃO TOSCAS ... me diga, Marília da Costa ... — olhou nos olhos dela com raiva — ... você acreditou no seu namorado que NUNCA mentiu, ou no que seus amigos e amigas te contaram!!?
Marília ficou calada. Era tudo verdade, cada palavra em todas as frases!! Tronco jamais mentia em qualquer que fosse situação; mas, um ano atrás, quando ele mais precisou que acreditassem nele ... nem mesmo sua namorada acreditara!! Sentou na primeira cadeira, de frente para o professor. Todos os presentes (exceto Poppy) ficaram em completo silêncio, não acreditando no que ouviram! Marília; uma garota linda; divertida e inteligente como ela, namorara Tronco; o garoto mais odiado e desprezado da escola!?
Por falar nele, por dentro estava se xingando dos nomes mais feios que sabia! Não admitiria em voz alta, nunca, mas ainda "amava" ela!! Ok, não foi a melhor e mais carinhosa namorada que conseguiria arrumar na vida! Mas também não era um monstro (ou, pelo menos achava muito isso!)!!
Foi para a psicóloga lentamente, deixando o Sol do meio-dia queimar seu capuz. Segurava algumas lágrimas, para não dar motivo para as pessoas olharem mais para ele. Respirou fundo e bateu na porta:
— Entre, meu gato! — disse uma mulher desde dentro da sala
— Ai, ai Rebeca ... — sussurrou quase rindo

Trolls| o delinquente roubou o meu coração Onde histórias criam vida. Descubra agora