Doces sonhos

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     Se viu num campo de grama fofa bem verdinha, que o convidava para deitar e rolar. Querem saber? Foi isso mesmo que fez! Escorregou morro abaixo e se esfregou na grama como um garotinho. Quando chegou no pé do morro:

— Ei, nem me chamou, Tronco meu homem!?

     Sentou para ver quem era. O par de olhos cor de mel-avermelhados se fez presente. Usava sua monótona guirlanda de flores azuis com um vestido anil, do qual a barra da saia era de um verde-água com pequenas flores de três pétalas. Sorria timidamente enquanto se dirigia até ele, descalça:

— Poppy?

— E quem pensava que fosse?

— ... Você ... muito bonita.

— Sério? Muito obrigada, meu gato!

     Corou ao ouvir isso:

— Q-que!?

— Não quer que te chame assim? Desculpa então.

— Não! É que ... só a Rebeca me chama assim.

— Haha ... ela quer muito que nós ficássemos juntos.

— Verdade ... — coçou a nuca nervoso

— Realmente faríamos um lindo casal!

     Ele quase caiu para trás:

— VOCÊ ACHA!!?

— Você gostaria? — parou na frente dele

A mente dele estava tentando processar o que estava ocorrendo. Sua língua pareceu grudar no céu da boca, o fazendo gaguejar:

— ... N-nã- ... que-ro di-ze-r s-s-si-m ... tal-vez ... e- ...

— Shiu!

Se agachou e colocou um dedo na boca dele. Se aproximou tanto que podia sentir a respiração dela:

— Eu sei que você quer, não precisa explicar!

— C-como!?

— Lamento te informar que isso é um sonho ... ou seja, coisa da sua cabeça.

— ... Então ... você não é a Poppy de verdade?

— Depende do ângulo do qual você prefere observar.

     Franziu a testa:

— Pode ser mais clara?

— Nesse caso ... tudo depende de como você quer encarar e no sentido que quer que a sua frase queira significar. Se você quer saber se eu sou a Poppy da vida real, da qual você vai para a escola junto ... não sou; mas se você quer saber se eu sou a Poppy que te acompanha em seus sonhos ... Tronco ...

     Beijou a bochecha dele com doçura, deixando-o arrepiado e corado. Ela riu e deu um pequeno toque no nariz dele, fazendo "pop" com a boca:

— Por sua pele ser morena, fica mais lindo quando cora!

— Q-q-que!?

— Haha ... — roçou seu nariz no dele — ... nada não, eu só gosto muito de peles mais morenas.

— O-brig-a-do ...

— Aaaaaw ... como você é fofo! — fez cafuné nele

     Aproximou seu rosto para dar outro beijo na bochecha, mas ele virou no exato momento em que iam fazer contato. Abriu os olhos como nunca antes. A garota se surpreendeu, mas sorriu sem perder a "conexão" que formaram por acidente. Foi para mais perto, enrolando seus braços ao redor do pescoço dele enquanto fechava os olhos. Conforme ela ia mexendo a boca, o garoto se acalmava e fechava os olhos. Estava perdendo tanto o medo quanto o controle de si. Suas mãos o traíram e pegaram na cintura dela sem ele permitir. Sabia que era apenas um sonho, mas era tão real! A respiração quente, o tato suave, o gosto doce ... era bom demais para ser verdade; porém, ele não teria tamanha riqueza de detalhes e sensações se estivesse sonhando ... sonhar acordado? Uma possibilidade à altura. O ritmo aumentou, o fazendo parar de pensar nisso. Sentiu novamente as tão famosas borboletas no estômago. Não conseguiam parar de puxar o outro para cada vez mais perto. "Não acabe!" pensava ele. Falta de ar maligna.

Trolls| o delinquente roubou o meu coração Onde histórias criam vida. Descubra agora