Lembranças

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     Tronco estava caminhando para longe daquelas pessoas em um passo um pouco apressado. Queria cavar uma cratera e se esconder para sempre lá. A ... garota que chegava a fazê-lo querer sair da cama ... fez isso. As cicatrizes que já estavam curando foram esfaqueadas novamente. Acordou da sua desgraça quando Lola, Ruby e Mili chegaram correndo, desesperadas:

— Tronco, você está bem? — perguntou Ruby, segurando seu ombro

— Só estou vivo. — o encararam, confusas — Fora isso, estou mal.

— Cara, deixa isso pra- ... — Mili foi interrompida

— Não, eu não consigo deixar isso pra lá! — interrompeu, brabo, sem deixar-se andar — Não dá pra deixar a minha depressão de lado! Nem minhas cicatrizes, nem o bullying, nem o que sinto pela Poppy!

Corou ao dizer a última parte. O trío não queria, mas sentiu pena dele. Seguiram o moreno até a casa dele. Ficaram sentadas no sofá com ele, que deixava escapar litros de lágrimas e ficava cada vez pior. Ou era pela decepção que estava sentindo pelas atitudes da rosada, ou a vergonha de estar tão frágil na frente delas. Lola estava fervendo de raiva quanto a aquela (aparente) sem coração de cabelo colorido. Ruby sentou ao lado dele, tentando conforta-lo:

— Tronco ... não fica assim. Talvez ela não quise- ...

— Se não queria, não adiantou nada! A intenção não justifica os meios, nunca!

— Eu sei ... eu só queria ajudar. Desculpa.

— Ela também disse que só queria ajudar! Olha a grande ajuda dela!

— Já deu! — gritou Lola, pegando o celular e teclando algo — Essa daí vai saber o estrago que fez!

— Lola, não faça nenhuma boba- ... — Mili foi interrompida

— A única bobagem que teve aqui foi a Papoula humilhar o melhor amigo!! — terminou de teclar, e a voz do Ueise deu um comando

— O que você fazendo!!? — perguntou a menina de cabelo verde

— Rastreando o celular dela! Vou achar aquela desgraçada pra contar o que fez com ele!

— Não faz isso, só vão me humilhar mais. — pediu ele, entre soluços

Mas Lola já não estava ouvindo. Já estava quase chegando na esquina da rua dele. Ruby suspirou pesarosamente:

— Foi mal ... ela leva amizades a sério demais.

— ... Quem me dera a Poppy fosse assim ... mas não é, então ...

De repente, saiu correndo para a cozinha. A dupla não intendeu nada até ouvir um grito de dor:

— Ferrou! — disse Mili, os olhos arregalados

Correram para o lugar, logo morreram de dó. Ele havia pegado uma faca e feito um corte do tamanho da mão de uma criança de 11; 12 anos praticamente atravessando seu antebraço. Sangrava, chorando. Correram acudi-lo imediatamente, desesperadas. Conseguiram fazer parar de sangrar e cuidar um pouco do corte. Ele ainda não parava de chorar. Não disseram nada, compadecidas para com seu sofrimento. Ele ainda não sabia, mas Ruby sim, como lidar com isso:

— Tronco, vem que eu vou te levar prum lugar que vai te fazer melhorar. — pediu a ruiva

— Eu não quero sair daqui- ...

— Por favor ... eu sei que muita gente promete ficar sempre do teu lado e te abandona quando mais precisa, mas ... eu não te prometo um "sempre". Eu só posso prometer ... que posso tentar ajudar agora. Por favor ... deixa a gente ajudar. — disse Ruby, os olhos verdes demonstrando ... experiência. Parecia que já passara por algo assim

Trolls| o delinquente roubou o meu coração Onde histórias criam vida. Descubra agora