O amor florece

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Richard gemeu de dor, segurando o braço atingido, grogue pelo susto e por estar embriagado. Poppy ficou completamente pasma ao dar-se conta de quem havia impedido tudo. Era Tronco. Seus olhos estavam inchados e seu rosto avermelhado – apesar da pele escura. Parecia que havia chorado por duas horas sem descanso. O outro tentou chegar perto dela, mas recebeu outro soco que dava até agonia de ver:

— NÃO ENCOSTE NELA!!!!!

Richard cambaleou para fora do beco, gemendo de dor e muito assustado. A rosada simplesmente não conseguia deter suas lágrimas antes que caíssem – e não a culpava. Olhava fixamente para o amigo, assustada. Ele virou a cabeça um pouco de lado, como se quisesse ouvir mais de uma história interessante. Eram poucas as vezes que fazia isso, mas amava quando o fazia:

— Poppy, tudo bem? — perguntou, a preocupação na voz e nos olhos

     Foi o tempo de piscar os olhos e ela o estava abraçando como se sua vida dependesse disso. Ele se assustou, gemendo de dor – ela pensou que estivesse o abraçando forte demais. Com calma e cuidado – o braço esquerdo estranhamente acanhado – retribuiu o abraço, beijando o topo da cabeça dela. A garota se perguntava se era ele mesmo ali, confortando-a mesmo depois de tamanha humilhação:

— Calma ... já passou ... — chegou mais perto com a boca para sussurrar em seu ouvido — Eu prometi que, se dependesse de mim, ninguém nunca mais ia te machucar.

 — chegou mais perto com a boca para sussurrar em seu ouvido — Eu prometi que, se dependesse de mim, ninguém nunca mais ia te machucar

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De improviso, pulou para a ponta dos pés, ficando suficientemente alta para beija-lo, enrolando seus braços no pescoço do moreno. "Surpreso" não era suficiente para descrever como ele estava. Estava corado como ela. Correspondia, lógico, mas mantinha os olhos abertos e via as lágrimas de arrependimento da rosada escorrendo pelas bochechas. Tão de repente como começou, terminou o beijo. Voltou ao chão, ainda abraçando-o pelo pescoço:

— Des-cu-pa! — respirou fundo, desesperada — Desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa!!! Eu fui a pior amiga que alguém poderia ter!!! Eu sou um monstro pelo que fiz com você!!!

Ficou calado, ouvindo e tentando acalma-la. Ela ainda murmurava milhões de desculpas e pedidos de perdão para o garoto, que estava ficando encabulado com tantos elogios e com o quanto a menina se auto-praguejava.

— Poppy ... calma ... eu melhor.

— Não ... a Lola disse que não se surpreenderia se tentasse se matar!! Ninguém mais pode morrer por minha causa!!

Sentiu um nó na garganta, e o engoliu. Esteve quase lá ... mas desistiu. Desistiu por ela, principalmente:

— Popps ... eu não me mataria por sua causa ... você é uma das poucas coisas que me fazem querer estar vivo amanhã, depois de amanhã, e assim vai! — obrigou-a a olhá-lo nos olhos, ela mais calma — ... Como diz uma filosofia de um livro que gosto muito ... não se pode escolher não ser ferido por alguém ... — secou algumas lágrimas com carinho, um esboço de sorriso dando um novo ar ao seu rosto — ... mas pode dar preferência, ou até escolher quem irá te ferir. É uma honra para mim ... essa pessoa ser você.

Trolls| o delinquente roubou o meu coração Onde histórias criam vida. Descubra agora