O resto da festa

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     A pista de dança estava cheia. Todos dançavam e se divertiam ... menos um. Tronco observava atentamente os companheiros, como se fosse uma tarefa importante e perigosa. Sobretudo, secava Poppy com o olhar. A admirava sorrir, rir das bobagens feitas pelos amigos, dançar ... TUDO nela era perfeito a seus olhos! E por falar neles, ganharam um brilho especial e suas pupilas dilataram. Segurava a cabeça numa das mãos e suspirava baixinho, como se com qualquer ruído; por menor que fosse; delataria a sua paixão recém descoberta. Nem percebeu que Guy Diamante sentou do seu lado:

— ... Parece que alguém a-pai-xo-na-dooooo! — disse Guy colocando efeito na última palavra

— O QUE!? — gritou para logo tapar sua boca de golpe, apavorado com a ideia de que alguém tenha escutado; tanto com o que disse o garoto platinado, quanto sua reação a tal insinuação

— Certo cara carente gostando da Poppy. — deu um soquinho de brincadeira nele no ombro

— Lógico que não! — cruzou os braços, tentando parecer sério

Diamante o encarou com um sorriso metade malicioso, metade desconfiado; uma sobrancelha levantada. Isso deixou o outro nervoso. Se antes já era difícil esconder o nervosismo, agora estava um fiasco de tentativa:

— ... Certeza absoluta, Tronco?

— C-claro!

— OH POP- ...

Tronco tapou a boca dele como o Flash. Por sorte, ninguém prestou a mínima atenção. Suspirou de puro alívio, como se tivesse a vida salva:

— Quer me matar de vergonha!!? — sussurrou irritado e envergonhado

— Ué, se não gosta dela, não tem problema chamá-la para ficar aqui com a gente, ou tem? — perguntou inocentemente

— ... Eh ... ãhn ... e-eu ... — simplesmente as palavras não saíam de sua boca

— Cara, isso não tem nada de anormal ... por que não confessa?

— ... Trauma ... eu terminei com a minha primeira namorada de um jeito terrível, e o nosso namoro já não era uma coisa forte e bonita ...

— ... Como um namoro pode não ser forte e bonito!? — perguntou indignado

— ... Se você só beija a sua namorada e não conversa nada com ela ... AGORA eu vejo ... é ruim! — respondeu com um tom mesclado entre melancolia, tristeza, raiva e como seu professor de história lhe explicaria a guerra de Tróia

— ... Vai aos poucos ... eu e a Suki demoramos para começar ... mas ... começamos ... — consolou Guy sorrindo solidariamente

— ... Valeu?

— De nada ... você não vai dançar?

— ... Já faz tanto tempo e- ... — a música mudou — ... isso é funk?!

— É sim ... qual o problema?

— Sem querer te ofender, mas eu ODEIO funk!

— ... VOCÊ SUPER COMBINA COM A POPPY!! — gritou apontando com o dedo indicador, surpreso

— O que!?! Para de gritar!! — corou feito um tomate, mais de vergonha que de raiva

— Ela também não gosta.

     Ele arregalou os olhos:

— Isso é possível!?

— É MUITO possível! Só canta uma música que a Suki escreveu e colocou um ritmo desse gênero ... mas não esquenta, fala sobre a amizade delas e- ... — olhou em volta — ... acho que vai cantar agora, vem!

Trolls| o delinquente roubou o meu coração Onde histórias criam vida. Descubra agora