Um espetáculo surpreendente

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     Como Bitelo havia sugerido, fizeram barraquinhas de comida. Haviam varias delas espalhadas por toda praça. A "floresta" que havia perto não era assustador. Certa rosada chegava a roer as unhas por não fazer a mínima ideia de onde estava seu namorado:

— Poppy, calma! — pediu Suki

— E se a Marília chega a querer ficar perto dele!!?

— ... Eu não vou, Poppy.

Virou-se, encontrando com a própria:

— O que você quer? — perguntou, cortante

— Dizer que ... não vou mais me meter.

Ela levantou uma sobrancelha, confusa:

— Se meter no que?

— No seu namoro com o Tronco ... entendi o recado. E ... desculpa.

— ... Tudo bem. — sorriu, solidária — Talvez ... em um futuro próximo ... a gente consiga ser amigas.

— Sim — falou, um pouco murcha — Espero, pelo menos.

Trocaram sorrisos sinceros. Do outro lado da cidade ...

— Eu nunca pensei que, sendo menino, chegaria a passar tanto tempo em um cabeleireiro ...

— Nós já te dissemos, depende da vontade do produto! — repetiu Cetim, izangada

— Mas o seu cabelo também é meio grosso e PRETO DE TUDO, então tem todos os elementos para demorar! — reforçou Chenile, impaciente

— ... Gêmeas ... eu estou com essa coisa na cabeça ... A TRÊS HORAS!!

— E nós esperando essa porcaria fazer efeito na sua cabeça para passar a tinta a TRÊS HORAS também! — rebateram juntas, impacientes

— Ok ... foi mal. Eu nunca achei que ficaria nesta situação. Não queria ser grosso.

— Tudo bem. — respondeu a primeira

— Agora intenda um pouco da realidade femenina. — disse a segunda, tão baixo que ele não ouviu

Riram. Por outro lado, sua namorada não estava nem um pouco feliz com a ausência do namorado:

— Graveto bendito ... — disse entre seus dentes

— Calma, ciumenta! A Marília era o único perigo e não vai tentar mais nada, então sossega o facho! — disse Nina, fazendo mais suco de fruta-pedra e dando um copo para a rosada

— Eu sei, mas ... do mesmo jeito, não consigo evitar!!

— Não confia nele?

— Confio- ...

— Então trate de superar esses ciúmes!

Bufou, zangada. Levantou, indo para o palco. O motivo pelo qual queria que seu "galinho" estivesse lá era ... porque planejava cantar uma música para ele. Planejava demonstrar que estava realmente arrependida por meio de versos. A música em questão não falava exatamente sobre como o havia magoado e nem de como estavam atualmente, mas a ideia de desculpar-se era a mesma que queria. Por muita sorte, Tronco e as gêmeas haviam terminado aquela surpresa a tempo e chegaram justamente quando ela começou a apresentação, o garoto com um gorro cinza cobrindo todo o seu cabelo.

Odiava admitir, mas seus olhos cristalizaram. Teve mais certeza ainda de que a amava, porque sabia o quanto Poppy podia ser orgulhosa e o quão difícil era ela admitir tão abertamente que estava errada. Sem ninguém ver, foi até o palco, tirou seu gorro e deu o sinal para Suki dar play na música:


A surpresa maior não foi nem a voz maravilhosa, nem seus passos de dança malucos ou, até mesmo, a energia que teve na apresentação. Não, o mais louco foi uma coisa que estava virando moda, mas que não imaginavam que ele teria coragem de fazer. Tronco havia pintado a maior parte do cabelo de um azul bem escuro. Colocou o microfone no lugar e pulou de cima do palco, abraçando fortemente a rosada:

— Eu já te disse que te perdoo, teimosa.

— O que raios você fez com o seu cabelo!!? - perguntou, feliz da vida

— "Eu dei para o cachorro da vizinha comer".

Riram. Todos aplaudiram com ânimo quando o casal deu um beijo. Passearam de mãos dadas por um bom tempo, conversando sobre qualquer coisa que viesse a cabeça. Só tinha um probleminha ...! Foi só a rosada se afastar – para ir ao banheiro – o suficiente dele para não conseguir vê-la que ... alguém amarrar um trapo em sua boca e um saco na cabeça, saindo correndo e a levando enquanto dois outros mascarados tanto a carregavam quanto amarravam suas mãos, indo em direção à "floresta" ...

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Estava demorando demais para o gosto do moreno. Foi até a barraca de suco de fruta pedra da Nina:

— Quer um copo, Tronco? — perguntou com sua voz grave, espremendo as frutinhas roxas

— Por favor. — deu as fichas a ela, que entregou um — Você viu a Poppy por aí? Ela disse que foi no banheiro e não voltou até agora.

— Calma. Deve ter encontrado com alguém e começado a conversar.

— ... Isso já faz, no mínimo ... meia hora!! — respondeu, frustrado

— Ok ... isso já é estranho!

     Foi quando sentiu seu bolso vibrar. Seu celular. Era a Poppy ligando! "Talvez tenha que ter saído de última hora e só deu para avisar agora" pensou, atendendo:

— Alô, Popps?

— É o namorado da garota de cabelo rosa ridículo!? — perguntou a voz grossa de um homem, rude

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Palavrinhas rápidas:

     ... Penúltimo capitulo, pessoal. Agora, no próximo cap (e último) o conflito que começou com toda a história vai terminar! Uma das únicas coisas que achei bom da temp 3 de Trolls foi que consegui um desfecho melhor com algumas informações dos episódios. Espero vocês na reta final!

Beijos e roteiros,
                                   Aliindaa.

Ps: odeio quando acaba na parte mais legal, mas acabei fazendo exatamente isso ... é horrível ser leitora e escritora ao mesmo tempo!

Trolls| o delinquente roubou o meu coração Onde histórias criam vida. Descubra agora