Mudanças drásticas

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Poppy acordou com um raio de sol fraquinho no olho. Ainda sentia os braços de seu mais novo (e lindo) namorado. Conseguiu virar para o lado oposto sem sair de seu abraço. Ficou vendo aquele rosto moreno que tanto amava, principalmente os lábios doces que adorava beijar. Querem saber? Foi isso que fez. Ao simplesmente sentir o toque, o garoto correspondeu. Sereno e inocente como um namoro entre "crianças" de 13 anos. Foi apenas se separarem que ele abriu os olhos e sorriu de um jeito maroto:

— Me ensina a colocar o meu despertador no modo "beijos", Popps?

— Infelizmente, é exclusivo de hoje, meu homem. — piscou o olho

— Que bom! — sentou na cama — Quer dizer que eu sou especial.

— E tinha dúvidas quanto a isso? — perguntou ainda deitada, cruzando os braços

— Não. — fez carinho em seu rosto — Tendo você como namorada, não tenho dúvidas quanto a isso. É só que ... é bom ouvir isso.

— Que bom, porque não vai mais ouvir!

— E se eu arrancar de você?

— Boa sorte com isso.

     Seu sorriso maroto ampliou-se ainda mais. Praticamente pulando em cima dela, começou a fazer cócegas nela:

— TRONCO!!! — gritou entre rizadas

— O que foi, amorzinho? — questionou, fingindo inocência

— P-P-ARA!!!

— Diga "o Tronco é muito especial pra mim e, sem dúvida alguma, o melhor namorado do mundo" que eu paro.

— O-o Tronco é mu-ito especial pra mim e, se-em dúv-ida alg-uma, o melhor na-a-amorado do mun-do!!

     Ele parou e beijou a boca dela:

— Eu sei disso, não precisava dizer. — brincou

— Claro. — riu, entrando no jogo — Entre as suas inúmeras qualidades ... a humildade é a mais forte. — disse, sarcástica de um jeito fofo

Hey! — apontou com o indicador, divertido — O sarcasmo é a MINHA área!

     Riram. Iam dar mais um beijo ... se não fosse:

— AAAAAAAAAAH!!! — gritaram juntos pelo susto

     Caíram da cama. O despertador havia tocado do nada. O garoto, zangado com aquela privação de beijar sua namorada, catou o objeto e esmagou no chão, fazendo peças voarem para todos os lados. Ela o olhou, pasma:

— Eu coloco o alarme no celular.

— ... Não sei se agradeço você por quebrar o próprio despertador ou se fico brava.

Riram. Prepararam o café da manhã numa espécie de jogo de paquera igual a da noite passada. Quando Tronco foi colocar seu casaco preto ... hesitou. Sem pensar muito no que estava fazendo, simplesmente pegou uma blusa de manga comprida azul-escura. Não tenho nem a necessidade de dizer que sua mais nova namorada ficou feliz de vida. Foram os dois de mãos dadas e conversando como se a vida fosse feita de mel e chocolate. Cabe mencionar o quanto todos ficaram surpresos ao ver a dupla daquele jeito. Ruby, Lola e Mili foram as primeiras a ver o que estava acontecendo:

— Eu estou sonhando ou o que!? — perguntou a garota de cabelo roxo, entre alegre e melancólica

— ... Digamos que o destino quis que a gente ficasse de bem e ... — a abraçou de lado — ... juntos.

Ruby foi a primeira a intender:

— Mentira ... — a rosada apoiou a cabeça no ombro dele — Gente ... vocês se merecem, fofos!

— Quando!? — questionou Mili

— Cicatrizes curadas ... brigas resolvidas ... um herói de armadura brilhante ... — disse a última parte olhando para o moreno

— Poppy ... foi mal pelo que eu disse na discoteca ... — falou Lola, se abraçando

— Você tinha a razão. — rebateu — Vou falar com o diretor depois da aula para resolver isso com o meu herói, aqui.

Isso o fez corar. Riram e foram para a sala. Ousado, sentou bem no meio de todo mundo! A aula transcorreu normalmente, a exceção foi que Tronco participava muito mais dos debates e explicações da sala. O tempo voou, e chegou a hora do lanche. Aproveitando toda a adrenalina que estava sentindo, tomou coragem e foi comer na mureta de entrada. Teve uma surpresa bem agradável na metade do caminho:

— Esse é o mesmo Tronco que eu conheço? — perguntou Anny, se aproximando maravilhada

— Espera! — tocou o próprio rosto, hesitante — O mesmo Tronco, Anny.

— Wow ... acordou melhor hoje?

Sip ... e a senhorita?

— Você não vai acreditar ... — pausa dramática — ... GANHEI UMA COELHINHA DE ESTIMAÇÃO!!! — pulou de alegria

— Sério!? A Flor não tinha mesmo concerto?

— Não. — respondeu, levemente borocoxô — Mas o meu pai voltou do trabalho e me deu essa coelhinha de estimação. Também se chama Flor.

— E ... — olhou melhor para o rosto dela — ... Que coração é esse no seu rosto?

— Este? — apontou para um coração vermelho na bochecha esquerda — Adesivo de rosto. Tony me deu um monte de aniversário.

— Caramba ... parece que estou falando com outra pessoa.

— E eu!? Você aparece na escola sem o casaco preto, andando normalmente em público e eu que sou a estranha aqui!?

Poppy apareceu e juntou-se às gargalhadas. Nem esperavam aquilo:

— GATTI!!! — ouviram logo antes de alguém pular em cima do garoto — ASSASSINO FILHO DA PUT@!!

— SAI DE CIMA DELE, CREEK!!!

O garoto de cabelo bicolor não deu a mínima para o grito de Richard. Só não deu um baita soco na cabeça dele porque uma mão segurou seu braço:

— O que foi que eu fiz!!!? — perguntou a vítima, saindo de baixo dele

— CUIDA DA SUA PRÓPRIA PORCARIA DE VIDA, IDIOTA!!! — tentou soltar-se, mas Dudu e Richard o seguravam

— O errado fui EU!!! — disse o garoto de cabelo loiro

— VEM SE É HOMEM, GATTI!

— JÁ CHEGA, CREEK!!!!

     Dessa vez, o soco acertou em cheio seu alvo. Foi nocauteado. Agora, todo o pátio parou para assistir a briga. Richard olhou para Tronco, os olhos cristalinos:

— ... Eu sei que dizer que sinto muito não basta ... mas eu sinto. — disse, culpado — Vou me entregar depois da escola e falar com o diretor sobre como tratávamos você.

— ... Neste caso ... eu te perdoo.

    Ninguém esperava isso, muito menos o loiro.

     Ele estava irreconhecível. Todos perderam, pelo menos, o medo dele. Seus colegas até davam "oi" e "tchau" para ele e Poppy na entrada e saída. Lógico, ainda havia gente que não gostava de seu jeito. Mas tudo bem. Não se pode agradar Gregos e Troianos. Creek e sua turma assinaram o livro negro e Richard estava fazendo trabalho voluntário como sentença – Poppy ficou admirada (no bom sentido) por os direitos humanos terem aprovado. Pepe não queria que sua filha namorasse aquele rapaz de jeito nenhum, mas os dois ignoraram este fato. Sem dúvida, as coisas estavam melhorando em alguns pontos.

     O dia do espetáculo beneficente chegou num estalar de dedos. Ninguém sabia o quanto de surpresas iam acontecer em 12 horas ...

Trolls| o delinquente roubou o meu coração Onde histórias criam vida. Descubra agora