#2 no ranking de mundos-paralelos (fantasia) em 28/05/18; #15 em dragões (fantasia) em 23/05/18. 2° Lugar Concurso Pena Dourada (Obra Completa para Degustação).
Emílio D'Ara, estudante de 13 anos do Liceu, conhece um misterioso professor de filosof...
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Na manhã seguinte, uma mensagem no livro communicatione relembrava a agenda do dia, determinando que os lumens inscritos na disciplina de Arte da Guerra não fossem mais para a sala subterrânea da Casa do Saber, mas deveriam comparecer à entrada norte, no jardim das estátuas, assim que os primeiros raios do Sol tocassem os telhados e os painéis solares da cidade-escola. A recomendação era para que fossem vestidos com seus trajes transmutatórios, levassem uma mochila com suprimentos, livros e aguardassem o Prof. Trajanus junto aos Burgueses de Calais. A razão da repentina mudança não foi informada. Todavia, mensagens não oficiais divulgadas por lumens da Torre Média noticiavam que espaços de leitura haviam sido ocupados pelos cuidadores durante a noite para investigarem o desaparecimento de livros antigos e, como consequência, as portas-passagens dessas salas seriam interditadas temporariamente. Sair da cidade-escola usando portas-espelhos já não era uma opção.
Enquanto esperavam no jardim, eles se divertiam jogando auraball com as esculturas vivas. A bola era a pena de Gonzalez transmutada que a escultura do Pensador arremessava para os Burgueses de Calais, enquanto os lumens tentavam tomá-la. Will comandava a algazarra entre duas colunas jônicas narrando o jogo montado no pescoço do Pensador como se estivesse em cima de Godo.
- Ah, você raciocina muito devagar, Pensador. Prefiro o Godo. Se não defender a próxima, vai ficar na reserva - reclamou Will ao perder um lance.
- Segura essa, Will! - avisou Martin novamente.
- Bloqueio à esquerda - gritou Will.
No lance de defesa, o Pensador acabou desviando a bola e acertando a cabeça de Pedro, que cochilava na escultura da Mão de Deus. Ele despertou atordoado com uma forte dor na cabeça e foi derrubado no chão pela escultura, que se apressou em apontar para a comitiva que se aproximava.
Cuidadores e cavalos puxavam duas carruagens abarrotadas de mantimentos, mochilas, objetos de acampamento e medicamentos (uma pilha de frascos de unguento de ervas para curar qualquer ferimento). Mesmo quem estava distante a alguns metros podia ouvir o estalar dos vidrinhos tão conhecidos nos treinamentos de auraball. Era bem razoável imaginar que muita gente iria se ferir, já que levavam uma quantidade exagerada de frascos.
Logo atrás, vinha o Prof. Trajanus acompanhando a comitiva. Usava roupas longas em tons claros, uma estola vermelha contrastando com seus cabelos pretos divididos ao meio até o pescoço. Pedro jurou - depois de uma risadinha ridícula - que era uma bata indiana ou moda hippie. No peito, o professor estampava um medalhão com uma mandala prateada no centro que ofuscava quem fitasse nela o olhar.
Como ele não costumava usar colares, o medalhão despertou a curiosidade de Bianca. Imediatamente, transformou sua pena em óculos-binóculos e esticou o pescoço para conferir se era mesmo uma mandala. Ao se certificar, e antes que ele se aproximasse, cochichou para Margareth e Katherine que os trajes eram inapropriados para as atividades da floresta e que o medalhão tornava-o alvo fácil, exceto se ele quisesse ser localizado, o que ela achou grotesco para quem iria comandar um grupo que ia treinar para a guerra.