Capítulo 23 - O jogo da mandala e o dragão europeu (1º Dia)

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Emílio fazia parte do grupo de estandarte vermelho. O lenço amarrado no braço sobre o traje encouraçado deixava-o desconfortável. Não queria parecer um soldado, muito menos um herói. Preferia o velho conjunto jeans azul-escuro e a camiseta branca com uma mochila nas costas. Mas o grupo havia combinado de usar um traje semelhante nos combates e as meninas não abriam mão do couro preto com detalhes em vermelho. A roupa era muito resistente, e bonita também. Precisava admitir que o brasão da Torre costurado com detalhes em dourado e vermelho no lado esquerdo do peito fazia-o se sentir orgulhoso. As garotas tinham uma fascinação pelas botas longas com fivelas laterais em tom prateado. Só não conseguiram mais adereços para enfeite porque, por ordem de Trajanus, a quantidade de mochilas foi reduzida pela metade - carregar peso e fugir de dragões cuspindo fogo numa floresta cheia de armadilhas não era exatamente aconselhado pelos professores de Arte da Guerra.

Eles saíram à procura do marco zero no mapa para iniciar o combate. E nem precisou de votação para que Will fosse eleito o líder. Caminharam quase três horas em áreas de difícil acesso: matas cerradas dificultavam a visibilidade, troncos e raízes gigantes exigiam o uso das penas transmutadas em cordas e muito esforço para ultrapassá-los.

Pedro Coimbra se dizia exausto e propôs uma parada para o lanche. Gonzalez o repreendeu, dizendo que perderiam tempo. Eles seguiram.

Lá pelo meio-dia, pararam em um vale com lindas árvores frondosas de onde pendiam suculentas frutas ao alcance das mãos.

- Cara, acabamos de achar o jardim do Éden - exclamou Pedro. - Se eu for expulso é por gula. Há um buraco no meu estômago!

- Só espero que não tenha nenhuma serpente - falou Gonzalez admirando a paisagem.

- Vocês dois não brinquem com a força do Livro dos Livros - disse Martin passando entre eles.

A desvantagem do lugar é que poderiam ser alvos fáceis de animais ou dos oponentes possivelmente escondidos atrás de troncos, ou da espessa folhagem pendente no chão.

Will pediu que observassem o espaço, os riscos, a segurança, as possibilidades de fuga e não tocassem em nada até terem certeza de que estavam seguros.

Pedro, cansado e desatento às recomendações, não hesitou em arrancar uma deliciosa fruta que se apresentou aos seus olhos. Ele a puxou e deu-lhe uma forte mordida.

Katherine ouviu o farfalhar do galho mexido por Pedro e gritou:

- São árvores de fruto proibido. Corram!

As árvores despertaram e seus galhos, cipós e raízes começaram a atacá-los. Emílio transformou sua pena em espada-luz e começou a reagir cortando tudo o que tentava amarrar seu corpo.

Katherine foi arrastada pelo pé e ficou de cabeça para baixo. Mesmo assim, conseguiu usar seu arco e ajudou Will a se soltar de raízes que puxavam seu escudo, impedindo também que René ficasse de cabeça para baixo como ela. Disparou mais flechas de raios vermelhos, libertando Gonzalez e Martin, que estavam suspensos e enrolados até o pescoço. Só não conseguiu se libertar. Estava a muitos metros do chão e não havia Max para segurá-la. Se cortasse os cipós, poderia se machucar e ficar fora do jogo. Ela envergou o arco e mirou na direção de Suzan e Sarah com a intenção de ajudá-las, mas antes de disparar, gavinhas enroscaram-se em sua arma, arrastando-a para o alto das copas.

Emílio e os Lumens: o Quinto Poder (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora