MITOLOGIA PELO MÉTODO CONFUSO

AFRODITE, DE BELEZA NUA E CRUA

A cipriota. 

Beleza, Amor, amor sexual, a afeição da vida social e temas agradáveis como esse que em qualquer mesa de bar podemos degustar. Nascida da espuma, restos de esperma em sal deitado por um Urano castrado, ela é. Vemos genitais fervidos em salmoura densa, vemos a espuma de fecundar Tálassa.

Deusa erguida da espuma levada a Chipre. 

A cipriota.

Criada e educada pelas ágeis ninfas do mar verdoengo, habitando em cristalinas cavernas, de ilha em ilha. Três amigas teciam grinaldas escorreitas para os seus cabelos, teciam vestidos de escarlate finura em certos pontos e em outros nada menos que a cor do nácar. Belas cores.

O mar imerso em fragrâncias florais.

No Monte Olimpo a inesperada beleza levou os deuses à luta. Havia lá um trono para ela. Mas ela recusou. Zeus, o injusto, deu-a ao trôpego Hefaísto em paga de algum trabalho. Hefaísto feio e deformado babava metal de chumbo. Amais bela do Olimpo com o mais feio e aleijado dos poderosos.

Temendo a traição Hefaísto dava-lhe joias. O lance de sempre. Comprar o amor. A troca. Deu-lhe, impensadamente, o cinto mágico de ouro, Hefaísto não era mesmo muito bom da cabeça. Com tal cinto Afrodite conquistava amantes. Teve filhos muitos mas o amor maternal não lhe cabia pois sabia ser valor de cultura; nada a ver com a essência da mulher. Não há essências. Teve filhos vários. Afrodite não admitia competição na beleza. Nem em mulher mortal. Punia-as. Cortava-lhes o rosto. Lançava-lhes lama do mar morte com arestas de cristais sólidos salinos.

Mantinha-se venerada. Gregos e romanos. Lembravam todos das festas afrodisíacas.

Com a vinda dos patriarcas a deusa passou a ser vista como frívola e promíscua. Mulher com coroa de flores, ramo de oliva em uma das mãos e um símbolo da abundância na outra. Mas, os patriarcas, chegados num compulsão e tara não queriam saber de mulheres livres.

Inspirava amor nos corações humanos. Ou os destruía.