Não há espaço para entrar em pânico — Harry não pode surtar agora. Há muitas pessoas na casa e uma enorme foto de Eric e Kaitlyn na porta de entrada que faz seu coração doer. Ele enterrou seus amigos mais queridos quarenta e cinco minutos atrás e está enlouquecendo.
O que o incomoda, porém, é o fato de que toda a situação o atinge mais uma vez, logo em seguida.
Kaitlyn, sua melhor amiga — a única pessoa com quem ele sempre pôde contar todas as vezes que teve problemas ou esteve triste; a primeira pessoa a saber sempre quando algo grande acontecia com ele, porque ele sempre ia para ela primeiro. Sua melhor amiga, mais como uma irmã que ele não teve a chance de ter (já que sua irmã atual é quatro anos mais nova que ele e sempre dá a ele e a sua mãe dores de cabeça). Sua pessoa, seu espelho. Ela se foi. Simplesmente deixou de existir.
Kaitlyn se foi e não voltará. Harry nunca irá vê-la novamente. Nina nunca terá a chance de conhecer sua incrível mãe e pai. Eric, um grande homem que Harry aprendeu a gostar alguns meses depois que Kaitlyn anunciou que eles estavam namorando. Nina nunca irá vê-los, assim como Harry nunca mais terá a chance de fazer isso novamente, e isso o atinge. Isso o atinge com tanta força que ele mal consegue respirar.
Então lá está ele, trancado no banheiro enquanto olha para si mesmo no espelho, imaginando por que diabos ele seria colocado nessa posição.
Há uma batida suave na porta seguida por uma voz ainda mais suave.
— Harry? Está tudo bem?— É Louis quem está perguntando. Claro que é.
Já faz alguns dias desde que Louis o irritou pela última vez, então talvez ele esteja pronto para irritá-lo novamente, já que isso é o que ele faz de melhor.
Harry destranca a porta com uma expressão vazia no rosto. Louis o olha com olhos interrogativos e Harry quer mandá-lo ir para o inferno.
— O que foi?— Ele pergunta, voltando a se olhar no espelho.
Ele está vestindo um terno preto e uma camisa branca e está suando como um bastardo. Está tão quente que ele sente que está prestes a derreter. É quase verão e ele deveria estar se sentindo animado com isso — viagens para a praia, explorando caminhadas que o levará a uma bela cachoeira ou um mirante para um lago. Ele está sempre ansioso para esta época do ano, mas aí está ele, com olhos inchados e bolsas escuras sob eles. A única coisa com o que ele está animado agora é o fim deste dia miserável.
— Você está aqui há um tempo, já.— Louis afirma depois de fechar a porta atrás de si, e Harry nem sabe por que ele está tirando tempo precioso de sua vida para estar lá fazendo perguntas e declarando o óbvio.
— Não estava me sentindo muito bem.— Harry decide dizer a verdade porque ele não não se sente forte o suficiente para mentir. — Então eu vim aqui para dar uma pausa.— Ele olha para o homem de olhos azuis, que também está usando um terno preto e camisa branca e...seu boné azul escuro. — Por que você está usando um boné, pelo amor de Deus?
— Eu sempre uso.— Louis defende-se como se o argumento tornasse o fato de ele estar usando um boné enquanto veste um terno menos pior.
— Você está vestindo um terno.
— E daí? Significa algo para mim, ok? Então fique quieto. — Louis revira os olhos quando Harry continua encarando-o com olhos questionadores. — Eric me deu quando conseguiu entrar para o time de futebol, no ensino médio.
— Ah. — Harry olha para seus pés por alguns segundos antes de voltar os olhos para Louis. — Sinto muito.
— Tanto faz.
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I Give My Heart For You To Heal (L.S)
FanfictionLouis e Harry não se suportam e, todas as vezes que se encontram em um mesmo lugar, acabam trocando palavras de mal gosto. A solução é muito clara: um não frequentar os mesmos lugares que o outro frequenta. Seria muito simples resolver o problema se...