We Can Take A Part This Life We're Building

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Harry está olhando para o homem de terno preto em sua frente já faz alguns longos segundos, e ele sabe que está começando a deixá-lo desconfortável. Entretanto, não consegue encontrar em si mesmo a força para afastar seu choque e desviar o olhar.

Ele está sentado nesta mesma cadeira há 20 minutos e, a única coisa que o impede de dar um tapa no rosto do homem, é uma enorme mesa de madeira escura entre eles, assim como a única pessoa com quem ele não gostaria de passar o tempo sentada ao seu lado.

O homem de terno preto está olhando para Harry e para aquele pelo qual o mesmo jurou que nunca mais teria que ver (sua melhor amiga tinha outros planos relacionados a isso, é claro, já que ela sempre fazia questão de fazer algo que os obrigariam a se encontrar todas as vezes). Há duas duas cópias do mesmo documento na mesa, acompanhados por duas canetas pretas.

Harry não deve estar ouvindo direito, porque essa é a única explicação para o que ele entendeu das palavras que deixaram a boca do homem de terno preto alguns segundos atrás — Harry não consegue lidar com isso. Não deve estar certo.

Aquele ao seu lado pediu ao homem, Dr. Colleen, o advogado que lida com esse caso trágico e transformador que os envolve, para que repetisse suas palavras e, assim o fez. Ele explicou cada pequeno, e ainda assim enorme, detalhe sobre o que está prestes a mudar na vida de Harry para sempre.

— Isso não pode estar certo. — Ele finalmente fala depois de longos segundos que passou apenas olhando para o advogado. — Eles não seriam tão loucos.

E Harry realmente queria que eles não fossem.

O caso é que Harry perdeu sua melhor amiga na noite anterior, e ele não parou de chorar desde esta manhã quando o Dr. Colleen chegou para conversar com ele e aquele que é mais desprezado por ele.

Menos de vinte e quatro horas antes, Harry recebeu um telefonema da Delegacia de Polícia de Seattle, um dos policiais pedindo que ele fosse até lá — é urgente, Sr. Styles, disse ele. A primeira coisa que lhe ocorreu foi sua irmã, sempre com tantos problemas por causa de seu namorado idiota. Mal sabia ele, entretanto, que as palavras ditas pelo oficial Gavin quebrariam seu coração em pedaços.

Sr. Styles, receio que Kaitlyn e Eric Meyer tenham sofrido um acidente de carro, disse a Harry com olhos gentis e voz baixa assim que Harry se apresentou na recepção, pedindo informações.

Harry o olhou com os olhos arregalados que já estavam lacrimejando, está tudo bem? Eles estão bem? E quanto a Nina?, perguntou ao oficial, o coração disparado. Não suportava pensar na possibilidade do que acabara por acontecer. Só estavam os dois no carro, foi o que recebeu como resposta, parece que a menina estava com sua babá em sua casa. O Serviço Social já foi contatado. Harry o olhou com grandes olhos lacrimejantes, e ele sabia o que aquilo significava. Ele simplesmente não queria acreditar. Serviço Social?, repetiu ele com voz trêmula, as mãos tremendo nas laterais do corpo. O oficial Gavin lançou-lhe um olhar triste. Em casos como este, a coisa imediata a se fazer é contatá-los; Harry não disse nada de volta, usando apenas um olhar desesperado e confuso no rosto, embora entendesse o significado daquilo. Oficial Gavin continuou com uma voz amável, casos de crianças órfãs.

E isso o traz aqui, até este momento, com olhos inchados e uma garganta dolorida, acompanhados por uma dor de cabeça que o deixa ainda mais miserável.

— Por que eles nos tornariam os guardiões legais de Nina caso eles morressem? — Ele se vira para aquele em que, a maior parte do tempo, quer simplesmente estapear; o de olhos azuis, com o maldito sorriso bonito e um cabelo castanho suave. — Por que eles tinham que morrer?! Honestamente, Louis, que merda está acontecendo agora?

I Give My Heart For You To Heal (L.S)Onde histórias criam vida. Descubra agora