Capítulo 3

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Kara Danvers

Nosso voo sairia em alguns minutos e todas as nossas coisas já haviam sido enviadas para meu antigo apartamento, sobrando apenas nossas malas com pertences pessoais. Elisa dormia pesado em meu colo, o que me fez agradecer a qualquer divindade por isso, afinal por mais que ela não entendesse o real sentido de uma despedida, ainda sim era doloroso ver suas tias e mãe chorando e não saber o que fazer para ajudar. E bem, como eu disse... nós estávamos chorando.

─ Alex, nós não estamos indo para sempre e nem mudando de planeta ─ tentei amenizar a situação, porém de nada adiantava ─ você pode ir nos visitar a qualquer momento, sabe disso...

─ Você me aparece com uma criança, me faz apaixonar por ela e depois tira de mim? O que eu fiz para você? ─ dramatizou.

─ Baby, eu prometo que vamos vê-la assim que pegarmos um descanso do trabalho ─ Maggie tentou me ajudar, mas seus olhos também estavam marejados.

─ Eu vou sentir tanta falta da minha menininha de aço, isso não se faz, Kara! ─ Alex cruzou os braços, assim como fazia quando tínhamos menos de dez anos de idade e eu tinha comido os doces do "pote secreto" dela. Quem guarda um pote de doce dentro da gaveta do armário?

─ Ah, então todo esse drama de novela mexicana é por causa da Elis? ─ fingi indignação e forcei uma cara de brava ─ então eu vou embora mesmo e deixar ela aqui, já que não faço diferença nenhuma para a senhorita, certo?

─ Certo! ─ Alex brincou.

─ Cala boca, Alex ─ Maggie cutucou ela com o cotovelo, segurando a risada e me encarando.

─ Agora você me magoou, Alexandra ─ tentei pegar minha bolsa do chão, mas ela me interrompeu. Logo seus braços envolviam minha cintura e seu perfume se misturou com o meu. Retribuí o abraço, sentindo suas lágrimas molharem minha camisa e beijei seus cabelos.

─ Eu amo você, não se esqueça disso ─ ela sussurrou para mim ─ qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, Kara, você pega suas coisas e volta para cá, entendeu? ─ eu assenti.

─ Nós amamos muito vocês ─ puxei Maggie para o abraço e quase esmagamos Elisa no meio dos nossos braços e lágrimas. Podíamos mesmo contracenar numa novela mexicana, estávamos de parabéns.

Lena Luthor

─ Como assim ela foi embora e nem sequer me comunicou? ─ eu estava a beira de um ataque nervoso. Gritei com minha secretária, Jess, porém me arrependi no instante seguinte. Ela não tinha nada a ver com meus problemas pessoais ─ me desculpe, Jess.

─ Senhorita Luthor, ela só me comunicou hoje pela manhã quando desembarcou em Viena ─ minha mãe era realmente impressionante ─ e pelo o que disse, não tem prazo para retorno, dessa vez...

─ Típico dela ─ bufei ─ certo, vamos ao que interessa, afinal a minha vida não depende de ficar sabendo o que ela faz ou deixa de fazer. Ok, qual a primeira reunião de hoje? Josh já lanchou?

Bom, essa sou eu tentando vincular minha tarefa de ser mãe com a de ser CEO. Agora que estava formada, eu era a nova presidente da Luthor-Corp, o que não me deixava feliz e muito menos com paciência. Eu devia imaginar que logo que eu me formasse, que Josh estivesse com um pouquinho mais de idade e minha própria idade não fosse um problema tão evidente, minha querida mãe pularia do barco. É essa a expressão certa? Enfim, ela havia praticamente se mudado para a Europa, sem nem me comunicar e largou todas as funções em cima de mim.

Não que eu não fosse capaz de gerenciar uma empresa bilionária, com mais de quinhentos funcionários, reuniões a cada duas horas, um filho carente de atenção a cada cinco minutos... é, eu ia realmente surtar. Tentei mentalizar uns mantras que eu havia aprendido, mas certamente que eu só consegui mentalizar vários palavrões que não ousaria dizer em voz alta. Não no ambiente de trabalho, claro.

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