Capítulo 41

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VOLTEI YAY!

Quase que essa cap fica om 20k de palavras, mas eu guardei o restante para amanhã \o/ SIM teremos maratona de Flares até domingo, então se preparem que amanhã tem mais!!

Prestem atenção em cada detalhe, pode parecer meio vago algumas coisas, mas no proximo eu vou terminar de contar tudo, belê?

Boa leitura :)

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Lena Luthor

Encarar a figura cansada e calma daquela mulher me dava calafrios. Qualquer coisa poderia acontecer agora. Viver num mundo de mentiras te faz temer a verdade, te faz pensar que talvez a melhor maneira de continuar vivendo seja também mentindo, escondendo e enganando. Porém, num certo momento do seu dia, você sempre vai se questionar: mas o que poderia ter sido diferente, caso eu tivesse contado a verdade ou caso tivessem me contado a verdade? Milhões de coisas poderiam ter sido mudadas, dores evitadas e sorrisos causados. É a famosa teoria do caos, onde o bater de asas de uma borboleta pode causar um furacão do outro lado do mundo.

Uma simples e inofensiva mentira pode mudar o curso da sua vida e isso nem sempre é tão bom quanto parece.

Alura não era uma figura tão familiar, porém não era completamente desconhecida, eu me lembrava dela, bom... em partes. Alguns flashes de memória me confundiam, consigo me recordar das vezes em que ela escondeu balas de iogurte no bolso do meu casaco ou das vezes em que ela arrancava um rosa branca do jardim de Astra e pedia para eu guardar segredo. Eram poucos e rasos momentos, mas eles existiam e estavam vivos dentro de mim.

─ Lena ─ seu sorriso foi breve e tão carregado de sentimentos que meu coração estremeceu. Ela ajeitou-se sobre a cama e ergueu as mãos até o meu rosto, acariciando minhas bochechas como quem decora cada detalhe e seus olhos encheram-se de lágrimas ─ minha pequena Lena...

Me deixei levar por aquele momento, pois eu nunca havia sido tocada daquela forma e encarada com tanto zelo. Toque de mãe. Era assim então? Era para ter sido assim a minha vida inteira? Suspirei. Seus dedos contornaram meus lábios, subiram para a maçã do rosto e então ela me segurou com ambas as mãos, como quem segura o objeto mais precioso do mundo. Depois de todo aquele tempo, de tudo, Alura ainda conseguia ser intensa e sentir o amor de mãe que supostamente deveria ter sentido há mais de vinte anos atrás. Ao me lembrar do porquê eu estava ali, me afastei e lutei contra a urgência das minhas lágrimas. Eu precisava de respostas, de todas elas. Mesmo que doessem.

─ Nós precisamos conversar ─ minha voz saiu embargada ─ eu preciso...

─ Eu sei ─ falou pacientemente ─ você merece saber a verdade ─ suspirou ─ sabe porque seu nome é Lena? ─ neguei com a cabeça ─ porque quando você nasceu estava chovendo e eu estava apavorada, achei que não iria conseguir te manter viva. Eu tinha apenas dezenove anos quando você veio ao mundo, uma menina sem rumo e sem expectativa alguma do que faria dali por diante, mas ao ver seu rostinho pela primeira vez... ─ suas lágrimas escorreram e Alura respirou fundo ─ era como se não houvesse chuva alguma, como se o sol tivesse voltado a brilhar e essa luz... essa luz vinha toda dos seus olhos, do seu sorriso ─ voltou a me encarar ─ Lena significa "a reluzente" e vem de Helena. O termo "helê" significa "raio de sol" e era isso que você significava para mim, é o que você ainda significa ─ senti meu próprio soluço escapar da minha garganta.

Fechei os olhos por alguns instante, deixando cada palavra ancorar dentro de mim e se encaixar no meu peito.

─ Porque me deixou? ─ solucei novamente e minha voz saiu fraca, rouca ─ porque deixou que eu fosse... tão rejeitada? ─ escondi o rosto nas palmas das minhas mãos, mas logo senti Alura afastá-las e fazer seus olhos tão azuis encontrarem os meus ─ eu achei... achei que minha mãe não... que eu fosse a errada, que ninguém era capaz de me amar, porque deixou isso acontecer? Porque não veio me buscar?

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