22 de maio de 2017

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Nos separamos para ficar mais fácil encontrar a garota

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Nos separamos para ficar mais fácil encontrar a garota. Alguns trabalhadores notaram e se juntaram na busca.

Não se passou muito tempo, ela não pode ter ido tão longe.

Celly! CELLY! CADÊ VOCÊ? – Rebecca grita tão alto que provavelmente a garota ouviu.

MAGRICELA!!! APARECE.

Depois de alguns minutos ouço os gritos estridentes de Rebecca se aproximando.

— Me ajudem! Aqui. Chamem o Maurício, por favor!

A garota está inconsciente em seus braços. Eu me aproximo rapidamente e pego-a. Rebecca então tira sua blusa e a estende no chão.

Se fosse em outro momento eu implicaria com seu belo corpo definido e seu lindo sutiã de renda vermelho. Mas nesse momento não dá para brincar.

— Põe ela aqui. O Maurício não deve demorar. – Rebecca acaricia o rosto da menina e suspira. — Pode me emprestar a sua camisa?

A tiro imediatamente e lhe entrego. Ela dobra e depois limpa o rosto da menina que está todo sujo. Antes que ela termine, Maurício aparece e toma o controle da situação, ajoelhando-se perto de Celly e lhe aplicando algo.

Noto que Rebecca está saindo. Vou atrás dela.

— Onde você vai? – Seguro ela pelo braço.

Ela olha para mim surpresa e a tensão de antes toma conta da atmosfera.

Puta merda! Ou estou enlouquecendo ou meu coração está batendo descontroladamente.

— Tenho que achar o urso da Celly.

— De novo esse urso idiota?!

— Deixa de ser imbecil. – Ela puxa seu braço com violência. E lá se foi o momento mágico... De novo. — Não fale antes de entender o real motivo das coisas. – Ao menos ela suavizou a voz dessa vez.

— Então me explique Caralho! Se você não me disser eu nunca vou saber.

— Os pais da Celly morreram na enchente tentando salvá-la.

Puts! Por essa eu não esperava.

— Aquele urso que você está chamando de idiota é o único pertence que essa pobre garota tem que a liga aos pais.

Me calei. Não tenho argumento. Pelo visto eu não sou tão azarado comparado a isso.

— É por isso que eu me arrisquei para pegá-lo. A Celly não merece sofrer mais. Ela já tem dor o bastante.

Ela saiu.

Porra, como sou imbecil. Eu tratei essa garotinha com tanta frieza.

Vou atrás dela novamente.

— Eu não sabia disso, poxa.

— Por quê? Pessoas que você não conhece a história de vida podem ser tratadas como lixo? – Ela continua andando sem olhar para trás — Uau! Você é um babaca mesmo! Mas quer saber de uma verdade quase que absoluta? Você que é o lixo aqui.

— EU NÃO SOU UM LIXO! – Por impulso estiquei meu braço e coloquei a mão no ombro dela.

Não foi uma boa ideia.

Antes que eu pudesse raciocinar ou me defender ela virou-se na velocidade da luz, pegou o meu braço e me jogou no chão.

Isso não é possível! Eu sou maior do que ela.

— Nunca mais toque em mim se eu estiver irritada. Babaca...

Ela me deu a mão e me ajudou a se levantar.

Não ousei ir atrás.

🙈🙉🙊

Depois de tudo que aconteceu ontem eu procurei ser o mais gentil possível com a Celly. Por mais que eu não goste de afetividades não posso ser insensível com a história de vida dela. E estou me surpreendendo com o tão doce essa garota pode ser.

Rebecca resolveu tirar o dia de folga, pois saiu logo assim que cheguei e ainda não voltou. Maurício está muito ocupado com o trabalho de parto de uma das sem-teto e Caiã não ficou aqui, apenas me trouxe e voltou para o escritório de advocacia.

Sem ninguém disponível, sobrei para ser babá.

— Tio, vamos passear?

Celly abraça o urso como se fosse o item mais valioso do mundo.

— Para onde você quer ir?

— Lá para fora ver as construções.

— Tá.

Saio com ela em direção ao centro. As pessoas trabalham animadas. Em menos de duas semanas as reconstruções já estão dando um excelente resultado.

— Tio o que houve com seu braço?

— Ah isso? – Aponto para meu braço — Me machuquei enquanto brigava, mas já está bem melhor. Só estou com essa atadura porque tem alguns machucados e fiquei com medo de pegar bactéria nesse lugar.

— O que tem de errado com esse lugar?

Nem preciso me virar para saber de quem é essa voz.

Sim.

A bipolar.

A demônia.

Quando olhei para ela percebi que ela está um pouco mais branca do que antes.

Aposto que errou o tom da base.

— Aqui tem poeira e... – Me calo. Tudo que eu disser poderá ser usado contra mim no futuro.

— Pessoas que estão lutando para se recompor. É isso que vejo aqui.

— Tia Rebecca! O tio Caio brincou comigo hoje. – A menina se jogou nos braços de Rebecca, que se desequilibrou, então eu estendi o braço colocando a palma da mão nas costas dela.

— Obrigada, Caio. – Olhei para ela confuso. Sobre o que ela está agradecida? Foi então que percebi sua bochecha ficando vermelha. — Por cuidar de Celly enquanto eu não estava aqui. – Ela acrescentou rápido.

— Claro. Precisando é só falar. – Quem sou eu?!

— Tia, tá doente? Por que seu rosto está tão vermelho? – Celly diz apontando.

Rebecca leva as mãos ao rosto imediatamente, o que me faz rir. Agora ela está envergonhada. Rebecca Martins também é tímida. Que descoberta!

— A tia está bem. Tenho que resolver umas coisas antes do almoço. Fique com tio Caio e não saia de perto dele.

— Sim senhora.

Rebecca dá um beijo na testa de Celly que corre em seguida para meu lado e pega minha mão que estava pendendo ao meu corpo.

Estou me transformando em um bundão que fica feliz por uma criança pegar minha mão.

Foi Tudo Por Você - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora