LXXV

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por várias noites eu chorei em silêncio e te amaldiçoei em nome de todos os deuses existentes que pudessem me explicar quem era essa pessoa que eu via na minha frente, porque eu não queria acreditar que era você. não, você não. não a pessoa por quem eu me apaixonei.


aquela não era a pessoa que me fez acreditar no amor. não era aquele que me fez confiar nas pessoas de novo, aquele que me fez idealizar um futuro a dois, que me fez imaginar que o amor poderia vencer tudo — bom, agora eu sei que não.


nem mesmo o amor é forte o suficiente para continuar segurando o laço que prendia alguém que já se foi. porque você foi embora, e agora não existe mais nós. nada das nossas risadas. nada das nossas brincadeiras. nada das nossas longas conversas sobre a vida.

um dia, amor. e de repente, nada.

apenas o imenso e esmagador vazio da dúvida.


mas aquele não poderia ser você. não, você não. não a pessoa que me conquistou.

não era você ali, totalmente indiferente aos meus sentimentos. indo contra todas aquelas palavras bonitas que proferiu e que, como sempre, eu acreditei.

não poderia ser você ali, mostrando de forma bem clara que eu estava enganada por todo esse tempo.

todo esse tempo!


mas acho que agora eu preciso aceitar. porque eu sei, era você. sim, você. a pessoa por quem eu me apaixonei. a pessoa que me conquistou.

aquele que me destruiu.

Meu (des)amorOnde histórias criam vida. Descubra agora