XXXIII

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eu sinto que sou infinitamente divisível e estou sempre disposto a doar um pedacinho de mim para cada pessoa com quem me relaciono. e ainda não consegui decidir se isso é bom ou ruim. porque nem todas as pessoas estão preparadas para receber e cuidar daquele fragmento meu que eu acabo cedendo sem nenhum aviso prévio. eu apenas me derramo em cada relação como se fosse a última porque, afinal, realmente pode ser. todo mundo canta e espalha que é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, mas ninguém hesita em julgar aqueles que realmente se aventuram nessa.

só que o problema é que
meu coração é pequeno demais para tantos amores inacabados.
eu preciso de alguém que me faça sentir muito sem precisar aguardar o fim iminente. porque ele sempre vem, eu sei. mas não precisa ser tão rápido.

não sei se um dia eu conseguirei parar de me dividir em tantos e tantos e tantos pedaços para distribuir por aí
e descobrirei como ser completo sozinho,
ou se aprenderei a me regenerar
e aceitarei que nem todos chegam com a intenção de ficar.
por enquanto, eu permaneço na confusão que é ser feito de intensidades.
elas podem ser o meu maior medo
ou o meu orgulho
mas isso só depende de mim.

Meu (des)amorOnde histórias criam vida. Descubra agora