Meu (des)amor

V

Eu ainda te sinto aqui. Em cada pedacinho de mim.

Sinto o teu cheiro na minha roupa mesmo que já façam dias desde a última vez que te abracei.
Acho que nada poderia tirá-lo daqui, porque se ele for embora, sinto que você também irá.

O vazio de te ver todos os dias e ter que fingir que nada do que vivemos foi importante é enorme. Porque, você sabe, nós temos uma história.
Nós vivemos tanta coisa e me parece tão errado agir como se tudo aquilo não tivesse significado algum, como se nós não tivéssemos sido nada.

E é aí que eu me pego pensando: E se realmente não tivéssemos sido?
E se, lá no começo, você tivesse desistido de tentar?
E se eu tivesse decidido não me arriscar?
Aonde estaríamos hoje?

Tudo isso me faz pensar que talvez tivesse sido melhor assim. Afinal, hoje eu ainda sofro com os resquícios do que sobrou de nós, sofro tentando me reconstruir enquanto luto contra a vontade enorme de voltar e te deixar me destruir de novo.

Porque você ainda continua aqui, meu bem. Eu ainda te sinto aqui.

Porquê?

É você que não vai ou sou eu que não te deixo ir?