➷ Coisa Que Amo Em Você ➷

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Encaro Lilly sem ter certeza do que eu acabei de ouvir... não pode ser real. Não pode!

Lilly me ama? Me ama depois de tudo o que eu fiz? Depois de ser tão má com ela desde que a conheci, ela me ama? Pela primeira vez na vida... alguém diz que me ama, e é a pessoa que eu mais desprezei, que mais magoei... e ela me ama.

— Você me ama? — Pergunto tentando respirar normalmente e Lilly balança a cabeça.

— Você parece surpresa, Anastásia. — Flynn murmura. — Tem a ver com programa de proteção?

— Sim. — Sussurro olhando para ele. — Quando eu cheguei a casa de Maggie, Lilly já tinha um ano..., mas eu nunca fui próxima a ela, pelo contrário, nós sempre estivemos tão distantes.

— Mas ela parece te admirar.

Volto a encarar Lilly e sinto uma vontade imensa de abraçá-la, mas eu não consigo, eu estou congelada no meu lugar com o seu 'eu te amo' flutuando na minha cabeça.

— Lilly, você pode dizer o que gosta na Anastásia?

— Biscoitos. — Lilly sussurra me arrancando um sorriso. — Eu não posso comer doces, e ela aprendeu a fazer biscoitos sem açúcar para mim.

— Isso é verdade, Anastásia?

— Sim. Eu também não podia comer biscoitos quando era mais nova, mas ninguém fez algo especial por mim.

— Entendo... Lilly, mais alguma coisa?

— Eu amo quando ela afasta os monstros. Mesmo que ela não goste de mim, quando eu tenho pesadelos ela diz que vai ficar tudo bem.

— Isso não é verdade, Lilly. Eu gosto de você, eu estou feliz por sermos irmãs. Eu só não sei demonstrar, mas isso não quer dizer que eu te odeie.

— Você disse isso. — Lilly sussurra.

— Eu estava errada, eu sinto muito.

— Christian, Lilly, por que vocês não me deixam ter uma conversa com a Anastásia por alguns minutos?

— Vocês podem ir até o escritório. — Christian diz.

Ele parece confuso, atordoado enquanto encara Lilly e me encara. Eu me sinto um pouco culpada, acho que ele jamais imaginou como fosse a nossa relação, nossa relação de verdade.

— Vamos, Anastásia?

— Claro.

Levanto-me ainda encarando Lilly e sigo com Flynn até o escritório de Christian. Ele fecha a porta quando entramos, puxa uma cadeira para se sentar e eu vou me sentar no sofá, ainda sem conseguir acreditar que o que eu ouvi realmente foi dito. Lilly me ama.

— Você parece surpresa.

— É a primeira vez que alguém diz que me ama. Eu nunca soube qual era a sensação de ouvir isso. — Digo deixando uma lágrima rolar. — Eu nunca esperei que pudesse ouvir isso de Lilly.

— Seus pais não te diziam isso?

— Eu conheci meu pai quando tinha 13 anos. Então... ele me deixou com Maggie, a mulher dele, ele vinha de vez em quando, mas nós não somos próximos. Maggie nunca disse também, acho que ela estava tentando respeitar meus limites.

— E sua mãe?

— Minha mãe...

— Sim, ela nunca disse que te amava?

— Mamãe dizia que o amor é fraqueza. — Sussurro e vejo a surpresa de Flynn. — Para fazer o que a gente fazia, nós não poderíamos amar ninguém, nada... eu cometi o erro de amar, duas vezes, um furão e um amigo... ela tirou isso de mim, então eu entendi que o amor realmente era fraqueza.

A Menina da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora