Fifth Chapter

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Uma semana se passou desde aquele dia. S/n não viu mais Chan, porém o mal pressentimento não a abandonava. Lia continuava com medo de ficar sozinha, então sempre que podia, deixava o campus e ia direto para casa de S/n. Mi Cha prometeu às amigas que as visitaria o mais rápido possível, pois tinha muitas coisas para contar. S/n não pôde evitar a preocupação, a ansiedade a distraindo o suficiente para atrapalhar seu dia de reuniões na empresa. Parte de S/n queria acreditar que eram boas novas, como um namoro, mas toda a vida normal parecia fútil e distante depois do seu contato com o sobrenatural.

Lia havia ido para a faculdade, S/n estava sozinha em casa, já que havia  recebido folga pelo resto do dia depois de quase arruinar o novo lançamento da marca no trabalho. Suas pernas começaram a balançar, por mais que quisesse ficar tranquila até a bomba chegar através de Mi Cha, não conseguia. Arrumar a casa não pareceu tão cansativo ou entediante naquele momento, então foi o que S/n se preparou para começar a fazer. Sua mente se distanciou de um problema apenas para ir para outro. Chan. Por onde ele estava, afinal? Era óbvio que as coisas não tinham se resolvido, sua vida estava indo de mal à pior e ela mal conseguia pensar em algo para se salvar. S/n tinha plena certeza de que faltava pouco para ela apenas se largar no chão e deixar todo esse peso e culpa acabarem com ela de vez.

Ela subiu as escadas para o andar de cima, estava disposta a começar pelos quartos. Entrou no quarto de hóspedes, não tinha muito o que fazer ali, então apenas tirou o pó e varreu o chão. Partindo para o próprio quarto, deixou os utensílios de limpeza em um canto e foi ver o que precisava ser feito. No final não tinha muita coisa para organizar, tirou o pó, trocou a roupa de cama e começou a varrer. E então, o que S/n menos esperava surgiu: papéis rabiscados com formas estranhas e palavras desconexas. Que papéis seriam aqueles? Foi a primeira dúvida que lhe ocorreu.

Deixou a vassoura de lado, logo se abaixando e começando a ver o que tinha naqueles rabiscos. Foi difícil para ela conseguir entender o que tinha em alguns, mas os que pôde assimilar tanto em desenho quando em escrita, a deixaram mais perturbada ainda.

S/n juntou tudo aquilo rapidamente, se certificando de que não havia ficado nenhum debaixo de sua cama e voltou a fazer a limpeza pelo resto da casa, temendo achar coisas piores em outros cômodos ou armários.

Um dos desenhos insistia em aparecer como flash em suas memórias, era estranho que se assemelhava exatamente à figura que a visitava nos sonhos. Os cabelos longos que flutuavam, o semblante triste e ressentido, os olhos transbordando lágrimas negras. Era estranhamente idêntico e ter achado aquilo exatamente no seu lugar de repouso plantou um frio na espinha de S/n que com certeza não a deixaria tão cedo.

(...)

Depois de horas arrumando mais tarefas para fazer  pela casa, S/n ouviu seu corpo cansado que implorava por um banho bem tomado. Talvez a água quente lavasse mais do que a poeira e o suor em sua pele, S/n esperava que também lavasse a memória persistente dos desenhos. Algo na mulher a fazia se questionar se aqueles traços eram o motivo de seus pesadelos.

Tirou suas roupas e as jogou no cesto de roupas sujas, entrando no box logo em seguida. Girou o registro do chuveiro, ligando-o e se colocou debaixo da água morna. A água relaxou seus músculos e massageou suas costas, tudo o que S/n precisava naquele instante. Seus olhos se fecharam e seus dedos alcançaram seus fios castanhos a fim de retirar qualquer resquício de suor. Ainda de olhos fechados, tentou se concentrar na água morna em contato com a pele e por um momento em meio a paz, pôde sentir um toque em sua cintura, juntamente com um leve suspiro perto de seu pescoço. Seus olhos se abriram quase que imediatamente, incapazes de permanecerem em repouso. A segunda onda de choque veio quando S/n percebeu que seus olhos, mesmo abertos, não captaram nada além do banheiro e sua habitual decoração. Christopher veio à sua mente e em seguida suas palavras. "Vocês invocaram algo além de mim". A nova descoberta fez seus pêlos eriçarem, mesmo que não sentisse frio. A ideia de ter sido tocada a fazia se sentir suja e mais assustada por nem ser capaz de vê-lo, a sensação de vulnerabilidade a atingindo novamente e conseguindo ser pior que dá última vez.

The Curse [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora