The Curse [Em Revisão]

The Diary pt. 2

- S/n, o que está fazendo? - Li pergunta se sentando ao meu lado na cama.

- Eu não consegui dormir, então resolvi ler algumas páginas do diário - digo.

- Tudo bem, chega pra lá - ela me empurra e se enfia de baixo das cobertas.

Posiciono o diário no nosso meio e volto a ler.

"Jung-Su não apareceu no parque hoje, eu pensei em ligar para a casa dele, mas pensando melhor cheguei a conclusão de que talvez ele esteja precisando ficar um pouco sozinho. Todo mundo precisa de um momento assim ás vezes.

Não consegui dormir muito bem, não sei se foi por causa do medo, mas sempre que fechava as olhos sentia um olhar pesar sobre mim. Eu nunca parei pra pensar nessas coisas, mas...

- Por que a folha está rasgada? - Li pergunta.

- Alguma coisa aconteceu ou ela mesma rasgou - dou de ombros.

- S/n, eu andei pensando.... Invocamos um demônio que se alimenta de energias negativas, e isso não foi um sonho. Ai a Mi-cha nos fez o grande favor de invocar outro... E eu nunca vi o Chan entrando pela porta - Li diz.

- É - forço um sorriso.

- Então... O rapaz que eu adoro e estava conversando agora pouco na sala é o...

- O demônio que invocamos, sim! - digo e lágrimas se fazem presente nos seus olhos. Tadinha.

- Você é noiva dele, S/n! Você é maluca? - ela exclama.

- Misericórdia... Vamos esquecer esse assunto - peço.

- Esquecer?! Eu acabei de fazer amizade com um ser das trevas! Meu Deus, eu vou ser condenada - ela diz começando seu pequeno surto.

- Cala a boca! Não é com o Chan que você deve se preocupar - digo fazendo ela parar e me olhar.

- O outro também ta aqui, é? - ela pergunta.

- Ele aparece às vezes. E segundo o que está escrito aqui no diário, não é a primeira vez que ele faz parte da história de alguém que mora aqui.

- Agora eu quero continuar a ler - ela diz se ajeitando na cama.

24/05/1966

"Tentei falar com Jung-Su hoje, mas ele me tratou indiferentemente. Puxei vários assuntos com ele, mas ele nem olhou pra minha cara direito. "Meredith, me deixa em paz" foi o que ele disse pra mim em um grito. Eu fiquei bem chateada, minha vontade é de nunca mais falar com ele. Mas esse é o problema, não é ele. Jung nunca faria mal à ninguém, ele nunca me tratou mal. Não é o Jung. "

25/05/1966

"Seus olhos me fazem um silencioso pedido de socorro sempre que seu olhar caí sobre mim. Se tudo que aconteceu resultou em algo real, eu preciso ajudar o Jung-Su. Não irei sossegar até vê-lo bem e feliz novamente."

26/05/1966

"Hoje fui até a casa de Jung, ele me parecia bem, mas o ambiente pesava. Como se algo ruim tomasse conta de toda a casa. Tirando a sensação de falta de ar e o incômodo no peito, como se algo pesado estivesse em cima de mim.

Eu o chamei para sair, mas ele não aceitou. Ele pediu com um olhar tristonho para eu deixá-lo, para eu nunca mais procurá-lo ou me aproximar dele. Eu fiquei surpresa. Não espera por aquilo. No momento eu chorei, não sei se foi pelo pedido dele ou se foi por ele estar precisando muito de ajuda e para não me incluir nessa loucura toda quis me afastar."

28/05/1966

"Estou sem notícias do Jung-Su."

29/05/1966

"Jung-Su me telefonou, ele disse que iria vir me visitar... Ele disse que precisa me ver. Estou um pouco confusa, mas não posso evitar de ficar contente com a notícia."

30/05/1996

"Jung-Su apareceu aqui, me parecia bem e saudável. Nos divertimos bastante, mas quando tentei falar sobre o que aconteceu com ele, ele mudou de assunto e me pediu para esquecer isso.

Em alguns momentos ele me parecia tenso, como se estivesse vendo ou ouvindo alguma coisa. Uma hora ele levantou e caminhou até a porta do meu armário, Jung parecia hipnotizado ou algo assim. O chamei algumas vezes, e só depois de gritar seu nome duas vezes ele se virou pra mim. Seu semblante havia mudado, me parecia perturbado, preocupado.

Ele disse que ia embora. Eu ia perguntar o porquê, mas ele não estava com cara de quem queria explicar, então apenas concordei e o levei até a porta de saída. Jung sorriu, um sorriso triste. Ele queria me dizer algo...

'Não abra o armário, Meredith' "