Lust

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Será que ele está realmente me observando? Isso seria constrangedor. Tomar banho de roupas íntimas é incômodo e mais vergonhoso ainda. Ele está por perto, eu posso sentir. Mas com tanta coisa ruim nessa casa, como eu posso ter certeza de que é o Chan?

Sinto duas mãos em minha cintura, logo meu corpo é empurrado e pressionado na parede. Solto um leve gemido por meu corpo estar quente e a parede gelada.

- Isso, se renda à vontade... - escuto uma voz masculina, diferente da de Chan.

Meu sangue gela, me viro imediatamente e dou de cara com um rapaz levemente pálido, cabelos negros e sorriso malicioso.

- Me s-solta... - digo olhando nos seus olhos.

- Shiiii... Você quer tanto quanto eu, eu posso sentir - ele diz calmamente.

Eu não sabia o que fazer, era estranho estar sozinha com um desconhecido desse jeito. Mas o calor do seu corpo estava começando a contagiar o meu.

- Imagina, minhas mãos passeando pelo seu corpo, tirando o resto de tecido que ainda sobra nele... Meu corpo sobre o seu, te provocando. Nossos corpos se movimentando como se fossem um só, você quer isso? - ele pergunta com a voz baixa e calma bem perto do meu ouvido.

- Eu... Eu quero - sussurro. - Quero que você saia daqui imediatamente! - digo retomando meus sentidos.

- Eu vou, mas eu volto. E quando eu voltar, pode apostar que você vai ser minha, S/n - ele diz e desaparece.

(...)

- Que cara é essa? Viu algum fantasma? - Chan pergunta assim que me vê saindo do banheiro.

- Hahaha, seu senso de humor é incrível - digo me deitando ao lado dele.

Eu estava com medo.

- O que aconteceu? - ele volta a perguntar.

- Lembra quando a "Li" disse que iria me corromper já que você não é capaz de fazer isso? - pergunto fazendo aspas com os dedos.

- Não foi bem assim, não. Desse jeito você me ofende - Chan diz fechando a cara. - Mas sim, eu lembro, e daí?

- Ele realmente tentou...

- Como assim tentou? - ele pergunta se virando pra mim.

- Sabe, ele quer me fazer pecar... Então, ele começou com luxúria - explico.

- Que golpinho baixo - Chan diz revirando os olhos.

- E se ele tentar de novo? E se eu não resistir?

- Ele não vai, eu vou ficar com você... Você tem que resistir! Há quanto tempo você não faz essas coisas? - ele pergunta.

- Não te interessa, Chan.

Escuto passos se aproximando e logo a porta é aberta.

- S/n, onde você coloc... Estou atrapalhando alguma coisa? - Mi-Cha pergunta.

- Não - digo.

- Sim - ele diz e eu lhe lanço um olhar mortal.

- Desculpa, S/n você viu minha bolsa? - ela continua.

- Dentro do armário do seu quarto - respondo.

- Obrigada, podem voltar ai... - ela diz e volta a fechar a porta.

- Idiota, não sei o que que ela atrapalhou aqui! - exclamo.

- Estamos falando de uma coisa séria, ué - ele da de ombros.

- É verda... - começo mas minha visão fica turva, logo tudo escurece.

Escuto Chan chamar por mim, mas sua voz soa distante e logo nada é ouvido. Escuto uma risada baixa, que começa fraca mas vai ganhando força.

The Curse [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora