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O ônibus parou em uma cidade ainda mais pacata. Ela estava simplesmente vazia. Talvez por já ser noite, ou então tinha um motivo que eu desconhecia.

- Ok... Precisamos de um lugar para ficar. - Falei olhando ao redor.

- Vamos procurar por uma pensão ou hotel barato, é o que da com o pouco dinheiro que restara. - Dennis disse.

- Ok, vamos andar por aí, devemos encontrar algo. - Alexia disse.

Nós começamos a caminhar em silêncio pela cidade. Ela me lembrava um pouco Manhattan, com becos e ruas escuras, mas de longe era tão grande quanto a cidade onde moro com minha mãe. Ao virarmos um beco escuro, demos de cara com um ciclope. Ele tinha mais de três metros, isso eu sabia. Mexia em uma lata grande de lixo, fazendo barulhos que eu achei ser resmungos. Olhei para meus amigos, e fiz um sinal de silêncio, colocando o dedo indicador sobre a boca.

- Eu sinto cheiro de semideuses. - O monstro disse farejando o ar.

Ele se virou para nós, e sorriu com seus dentes tortos e feios. Seu único olho nos observava com excitação.

- Faz tanto tempo desde que não como um de vocês! - Sua voz era grossa e emplogada.

Eu me virei para meus amigos.

- Correr? - Perguntei.

- Correr! - Dennis concordou.

Nós corremos de volta para a rua de onde viemos, mas o ciclope nos seguiu. Ele foi rápido, e nos agarrou.

- Ah! Peguei vocês! - O monstro disse. - Agora vou comê-los. - Ele riu.

Eu olhei para meus amigos. Alexia estava de ponta cabeça, sua espada no chão. Dennis se mexia, tentando sair do aperto do monstro. Meus braços estavam presos, meu arco e aljava presos em minhas costas, se eu pudesse pegá-los...

O mostro riu e começou a caminhar novamente para o beco onde estava.

- Me coloque no chão! - Alexia gritou.

- Bah! - O monstro nos jogou na lata de lixo, e fechou a tampa. Eu podia ouvi-lo resmungando lá fora.

- E agora? - Perguntei.

- Por Hermes! Isso fede. - Dennis tapou o nariz.

- Podemos atacá-lo. - Alexia disse.

A porta acima de nós se abriu, e eu fui puxado pelo monstro.

- Você seráo primeiro filho de Apolo! Seus amiguinhos vão depois. - Ele sorriu e eu prendi a respiração. Seu hálito era de matar. Ele pôs um pedaço de metal retorcido sob a lata de lixo, prendendo meus amigos lá.

- Me solte! Ou eu vou... - Eu tentei me mexer, mas o aperto dele era mais forte.

- Vai o que? - Ele perguntou. - Eu posso matá-lo facilmente garoto.

Ele então amarrou meus braços e pernas, e me colocou no chão. Meu arco e aljava foram jogados a alguns metros. Seria impossível sair dali.

Filho de Apolo: A Arma Perdida.Onde histórias criam vida. Descubra agora